Deixe morrer sobre mim o seu cansaço
Sirva-se de mim, um bom pedaço
Sacie a sua fome
acalme a sua sede
Passeie por minhas avenidas e vielas
destroçando botões, arrancando fivelas
Deixe-se e lave a sua alma
no quente minar das minhas entranhas
Água de orvalhos de uma feminina flor
Repouse a sua cor no meu colo
enterre a sua dor no meu solo
Veja-se humano, sinta-se homem
e um soberano
após degustar o meu sabor
Sinta-se escravo, meu amo e senhor,
após ter, docemente, sugado toda a minha cana
após ter suado toda a nossa cama
após ter fincado em nosso mar de lama
o lótus do bailar do nosso amor.