O título refere-se a uma menina chamada Isabel, que tem por hábito explicar conceitos abstratos (saudade, angústia, gostar), através da poesia. Essas explicações desmancham-se na boca como se fossem suspiros. À medida em que vamos folheando, ficamos ávidos para irmos adiante, como se fossemos leitores compulsivos.
2) Há um tema específico?
Sim. A necessidade de explicar sob a ótica de uma autora com alma de criança.
3) Que aspecto tipológico / capacidade de linguagem dominante predominam na obra?
Expor. O livro foi escrito na função de linguagem poética. Por exemplo:
“esse livro é para Isabel e sua mania de transformar resposta em poesia.”
“Amor é um gostar que não diminui de um aniversário para outro.”
4) Discutam sobre o intuito do (s) locutor (es), considerando-se o público a que a obra parece se destinar.
A escritora explica o que é inexplicável, através de uma menina que simplifica a vida desconstruindo os sentimentos sem banalizá-los. Ela tece as poesias e dobra para o lado infanto-juvenil. Ou seja; estudantes a partir da quinta série, do Ensino Fundamental.
5) O que vocês teriam a comentar sobre o estilo?
O estilo é objetivo ao lado da subjetividade. Algumas vezes é usada a técnica dos jograis recitadores, cantores e músicos da Idade Média Portuguesa (séculos XII e XIII) em que se usa o substantivo da poesia anterior, repetido no início da poesia seguinte. Mas tarde será usada pelos repentistas da nossa Literatura de Cordel, também chamada de deixa. Eis alguns exemplos: “Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo”. “Exemplo é quando a explicação não vai direto ao assunto”. Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo”. “Beijo é um carinho que serve para mostrar que a gente gosta daquilo”. “Gostar é quando acontece uma festa de aniversário no seu peito”.