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Poesias-->Sinais luminosos de um abacateiro -- 23/01/2017 - 22:14 (João Ferreira) |
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A luz de um abacateiro
Jan Muá
Brasília, 23 de janeiro de 2017
Numa bela tarde de verão
reparei que frente à minha janela
o abacateiro estava em festa
Os brotos e as tenras folhas
estrategicamente distribuídos davam à árvore
a dinâmica festiva
de uma alegria coletiva
A brisa que para ali fora desviada
ativava todos os ramos
e os balançava soltos
nos espaços arvorais
A câmera que tudo filmava
eram meus olhos
serviço doméstico
centrado no poder de devassar
este milagre oferecido a gregos e a troianos
Como espetáculo
desenhavam-se à vista
novas formas
variedades de composição
teatral
Quantidades que mostravam
a compacta orquestração
no bloco vegetal de meu abacateiro
Surgia uma beleza espetacular
sublimada pela dança do vento
nascida na história destas folhas suspensas
entidades biológicas
presas noite e dia ao colo da mãe
visitadas nas horas plenas
pela luminosidade do sol
e pelo movimento da brisa
Agora alegres
de rosto em festa
proclamando em seus movimentos vitais
a vida que lhes vai na alma
Eu não sei se você já viu
e se costuma se tocar
com um espetáculo destes
Não sei se é poeta-observador
e gosta de parar para prestigiar
animicamente
as belas formas
as cores e os movimentos
da natureza que está à sua volta
Não sei se você vibra
com a presença limpa e despoluída da natureza
que joga em seus olhos
tanta beleza e descontração
Fique atento
quando em suas horas místicas
O astro-rei distribuir para sua alma
registros novos
que a qualquer momento
podem fazer nascer
ou renascer em você
um ritmo novo de alma
que o torne sensível
às manifestações de vida
Que emergem das formas secretas do Universo.
Jan Muá
Brasília, 23 de janeiro de 2017
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