A HIPOCRISIA DO PODER
Não tenho dúvidas de que a situação política pela qual passa o País, tem provocado uma indignação nacional. É um estado de “coisas” que oprime dolorosamente as pessoas que, inertes, ficam assistindo os constantes e intermináveis conflitos entre os políticos, com seríssimas conseqüências, principalmente no seio familiar. É difícil de compreender e admitir como representantes do povo se prestam a certas baixarias, inclusive àqueles de cabelos brancos que deveriam dar exemplo, mostrar prudência e contribuir com sua valiosa experiência com atos e atitudes para os verdadeiros problemas nacionais. Nesse triste panorama o apavoramento é geral, ainda mais quando o cidadão vê seu salário arrochado há mais de cinco anos e os aposentados aguardam seus proventos que, mal dá para os remédios que, contrariamente aos de salários tem seu aumento desenfreado, sem falar dos aumentos dos alugueis, dos gêneros alimentícios, das mensalidades escolares; dos constantes aumentos dos transportes e das tarifas públicas(gás,água e telefone). A conclusão é simples: há o predomínio absoluto da hipocrisia do Poder, onde o interesse individual suplanta o interesse público, onde predomina o lema: “faço o que eu mando ,mas não faça o que eu faço”. Num trecho de uma das músicas de Zezé de Camargo e Luciano, diz: “falta consciência e sobra paciência”, e é justamente o que acontece nos dias de hoje, pois, enquanto os nossos governantes ficam em gabinetes refrigerados e que nunca sentiram o cheiro da terra e do sovaco do povo, mas estão preocupados com o seu teto salarial e os salários extraordinários do mês de janeiro(afinal vem aí o carnaval e um dinheirinho a mais para o wiskhy é imprescindível), - o povo continua paciente , extremamente pacífico e padecendo das injustiças sociais. É o caos político invalidando o social. Realmente estamos carente de um líder, que ensine o povo dos seus direitos e deveres, e, principalmente mobilizá-lo e persuadí-lo, mas infelizmente, a vitalidade latente da alma brasileira só se revela no Carnaval e no Futebol, e é justamente nesses momentos de festas populares que o Governo aproveita a ocasião para sacrificar ainda mais os encargos familiares. Como dizia Monteiro Lobato: “ somos pedras de xadrez e jogam xadrez com as pedras que somos. Somos os humílimos peões e acabamos sendo comidos por um cavalo qualquer ”, mas oxalá um dia decidiremos a sorte da partida. Sem dúvida nenhuma, somos coletivamente bobos alegres e nesse clima de apreensões e efervescência, queremos morfina para ficar longe da dura realidade. Que Deus abencôe a todos e até a próxima.
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