O impacto do filme do Mel Gibson The Passion of the Christ está assumindo proporções nunca vistas. Um autêntico furor. Não há Sala de Cinema que se preze que não esteja a dar o filme, e as exibições repetem-se ao longo do dia. Velhos e novos, cristãos e não cristãos, formam filas enormes para não perder as primeiras exibições. Os jornais trazem testemunhos de padres, de pastores protestantes, de ortodoxos a recomendar o filme. Uma família de Dallas, num acto de fé que lhe custou 42.000 dólares, comprou 6000 bilhetes e distribuiu-os pela cidade.
A exibição iniciou-se simultaneamente em 4 países: Austrália, Canada, Nova Zelândia e Estados Unidos. Daqui a um mês vai ser distribuido na Inglaterra, na Irlanda, no México e no Peru, e durante o mês de Abril na Alemanha, na Argentina, na Itália e na Espanha. Em todo o filme não se ouve uma palavra de inglês ou de qualquer outra língua moderna. Tudo se passa em aramaico, latim e hebreu, sem legendas. As legendas serão adicionadas em cada país à medida que o filme for sendo distribuido.
A controvérsia que precedeu a distribuição de Gibson parece ir desaparecendo das páginas dos jornais. Durante muito tempo se debateu a ideia da possível natureza anti-semita do filme. Muita gente receava que o filme viesse resuscitar o velho estigma do povo judaico como exclusivo responsável pela morte de Jesus. Esses medos, ao que parece foram ultrapassados. Só resta agora a questão da tremenda violência a que se assiste no ecrã. Há quem recomende que as pessoas mais impressionáveis não devem ver o filme.
The Passion of the Christ descreve duma maneira extremamente gráfica as últimas 12 horas da vida de Jesus, o terrível percurso da paixão desde Getsemáni até ao Calvário. E toda a violência descrita nos Evangelhos é representada no filme duma maneira brutal.
Já tenho bilhete para amanhã, mas confesso que, avaliar pelo que me dizem, estou um tanto apreensivo. Vamos a ver como é que as minhas sensibilidades se comportam