Um olhar perdido no vazio testando a paciência.
Um fone de ouvido, talvez uma música suave para amenizar a espera e a sacanagem de um transporte coletivo que iguala seres humanos aos porcos ou a bois e ovelhas a caminho da morte no balançar de um ónibus lotado.
De trabalhadores.
Estudantes,
Pessoas que procuram o abrigo de um lar ou o desconforto de uma carteira de escola que prepara para o futuro
Incerto
No país das incertezas onde um cargo qualquer, com qualquer salário é o sonho da maioria das pessoas.
Do país que não tem outra coisa a oferecera não ser um ónibus lotado porque o lucro está acima do cidadão.
Com a conivência do poder publico que não pensa no povo que paga impostos absurdos e é o grande financiador sem retorno das mordomias dos empresários do transporte
que deveria ser coletivo.
Mas é uma via de mão única onde muitos são torturados, poucos lucram e o duro é saber que de dois em dois anos o dinheiro arrecadado com o excesso de passageiros vai financiar a campanha de um sacana que vai ser eleito com o voto democrático do passageiro da agonia que não se lembrou disto na hora de votar.
Que não parou para pensar no tempo em que ficou preso em um engarrafamento com o olhar perdido e o pensamento sem rumo.
Que vai minando a paciência
Criando neuroses,
Estressando