Singelo
Tantas vezes já falei em borboletas...
Tem elas um mistério que exala beleza
refletida nas minúsculas escamas multicores das asas...
Oculta-se ali o enigma da lagarta!
Que sem saber porque se aprisiona, como fora enlouquecida suicida
na solidão da treva entregue à dormência....
Cumpre-se então o que não se expressa,
surge o que não se advinha!
Rompe a crisálida, mortalha do ser disforme e lento,
espreguiça, acorda, ilumina!
Não possui consciência de que a cor apenas é o reflexo da luz,
apaga-se lhe da lembrança a clausura que à toda lagarta se destina,
à que inevitavelmente se conduz...
Anseia alcançar o sol , alça voo em sua direção
Fita o campo, como a despedir-se....
Porém, amarelo-ouro o pólen de pequenina flor reluz
Em meio a pétalas minúsculas e coloridas
Ali pousa e esquece o Astro que lhe seduz!
Talvez seja assim ...
Singelo... o verdadeiro amor!
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