Otimismo*
Sim. Hoje vou dormir tranqüilamente,
Sonhar que é minha como prometeu;
Crer que o tempo não passa, porque meu
Sonho ilude e conserva o amor ardente.
Sentimento que engana sabiamente,
Fazendo-me pensar que sou Dirceu
Na arte de compor versos para seu
Decote, sempre mais benevolente.
Que este idílio prossiga, reproduza
Toda a minha ilusão num só instante
E não me deixe nunca a alma confusa.
Mesmo que em devaneio, ser o amante
Que fita, rasga e despe sua blusa
De seda e cetim, é gratificante!
(*) “Novos Tempos”, 1ª edição, Rio de Janeiro, Litteris Editora, 1992, página 35.
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