Ano novo, século novo, milênio novo. Em apenas uma noite o mundo viveu todas essas mudanças. Estamos de vez no terceiro milênio e com a esperança totalmente revigorada, através do afeto dos familiares e amigos, do abraço da linda mocinha, do beijo da pequena e do estourar dos fogos de artifício e das champagnes adocicadas do mais puro mel: o desejo. Desejo de uma vida melhor, desejo de um amor e desejo pelo desejo.
A virada de ano proporciona muitas coisas: Alegria, diversão, possibilidades e o nascimento do verdadeiro amor serão sempre buscados e lembrados à cada 1º de janeiro. Neste dia, muitas pessoas conheci, muitos amores conquistei, mas aquele que tanto busco mal olhou para mim. A vida neste dia de tanta alegria me fez parecer com uma garrafa de champagne. Todos estão a sua volta, o reverenciando, graças ao liquido do prazer. Ao soar da meia-noite a garrafa é estourada. A rolha voa e o gargalho é passada em boca em boca. Passado a euforia e após ter consumido o delicioso mel, a garrafa é esquecida na esquina da amargura, ou muitas vezes é jogada ao chão, transformando a simples garrafa em uma legião infindável de cacos de vidro. É isso que eu me sinto, uma garrafa de champagne. Do ápice na hora da comemoração você acaba caindo no esquecimento. Poucas pessoas acabam preservando o frasco e dessas pessoas que realmente vemos os amigos e os verdadeiros amores.
O ano novo é uma data muito especial e deve ser sempre lembrada e comemorada entre os amigos. É uma época de podermos contabilizar todos os prejuízos e riquezas acumuladas durante o ano que passou. Devemos olhar bem no fundo dos olhos das pessoas e ver quem realmente é o seu amigo. Sentido de cooperação é um dos quesitos básicos e o individualismo é uma coisa do passado. Em terra de Golias, temos que ser David e nocautear o `inimigo´ por onde ele mais preza - os valores relacionados à sua pobre e mesquinha vida. 2001 deve ser comemorado e o champagne tem que ser tomado. Não individualmente, mas entre amigos, isso sem quebrar a garrafa.
Mastró Figueyra de Athayde é cronista e vendedor de rojão