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cronicas-->Molhando o Quintal -- 23/02/2007 - 10:50 (Humberto Fernandes Valente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Molhando o Quintal

Engraçado que a imagem que tenho desse título é da minha infància quando via pessoas que julgava já "velhinhas" varrendo suas calçadas, molhando sua plantas e lavando o quintal de suas casas. Não me acho tão velho assim, mas quem lê pode ter a falsa impressão que na minha "época" não havia prédios, e sim, só casas.O que não é verdade.Eu mesmo só morei em prédios até meus trinta e poucos anos. Contudo os edifícios que morei em minha infància e adolescência, mais pareciam casas que prédios e de fato existiam mais casas, principalmente nos subúrbios em que vivi.

Há quase 10 anos mudei para uma casa que já estava pronta, mas que aos poucos fui modificando e colocando ao meu jeito. Não me lembro precisamente o que me levou a mudar para uma casa. Dá mais despesa, mais trabalho e não é tão comercial quanto um apartamento na hora da venda. Passei umas férias de poucos dias em uma casa, frequentei a de dois amigos e achei perfeito. Tinham filhos como eu, e posso confessar sem pudor que aquelas cenas "família" de dezenas de filmes americanos que já assisti, pesaram. Comprei a casa. Aprendi até a gostar de obra. Já estou inclusive planejando a próxima para breve.

Minha casa tem quintal, ou melhor, jardim como de diz hoje em dia, desde que comprei. Não lembro ter regado meu jardim antes. Fiz isso esses dias. Se não foi a primeira vez, foi a primeira que realmente fez sentido. Não foi idéia minha. Fui quase que empurrado. Mas funcionou. Minha preguiça foi embora, meus pensamentos ficaram claros, minha alma ficou leve. Impressionante o que um pedaço de borracha e água fizeram por mim. Derepente não queria mais parar. O que sempre me pareceu pequeno e sem sentido, ficou grande, profundo.

Na era da tecnologia high-tech, desisti, pelo menos por enquanto, dos regadores automáticos. Adoro essas coisas, mas agora fico com medo delas me tirarem um prazer que não sabia que podia ter. Percebi entre uma gota e outra que descansar, não é dormir até tarde, e sim aproveitar as coisas simples da vida. E nada mais simples que água, terra e ar. Nunca tinha prestado tanta atenção a essa combinação da natureza como nesse dia. Não vou nem falar do céu azul ou da brisa fresca que soprava, pois poderá soar clichê demais. Mas garanto, o dia estava lindo.

Não me acho "velhinho", como aquelas pessoas que citei há pouco. Se bem que se pensar direitinho, devo ter hoje a idade que elas tinham na época da minha infància. Talvez tenha, ainda que presunçosamente, a sabedoria daqueles que já viveram mais. Mas no fundo mesmo o que descobri, é que posso ter felicidade na simplicidade do cotidiano da vida. Descobri, finalmente, a razão de ter comprado a casa: Desde pequeno sonhava com castelos, e quando pude comprei um pra mim. Só tinha esquecido que pra encher o castelo dos meus sonhos de infància, precisava de uma princesa, e no meio das minhas guerras, quase a perdi. Mas quis o destino que ela novamente me encontrasse. Afinal, quem vocês acham que me empurrou pra molhar o quintal.


22/02/2007

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