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Contos-->A Caçada -- 31/03/2013 - 11:18 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Crédito da imagem:uzlemfotos.blogspot.com

 

 O destemido vaqueiro desceu da montaria. Graudez não latiu. Abanava o rabo e lambia os pés do dono. Cachorro Ninguém ladrava desesperadamente, os outros respondiam longe. Zenofre largou a cravina no chão. Amarrou a lanterna na copa do chapéu de couro, prendeu na boca um cutelo e em volta da cintura atou uma corda de laçar boi. Adilson Júnior manobrou a carabina de dez tiros e fez mira para disparar no pau-preto que se movia.

—Não atire!  O latido não acusa onça.

Crédito da imagem:telinhacritica.blogspot.com 

Zenofre subiu na árvore e no emaranhado da copa deparou-se com uma figura simiesca, semelhante a um macaco albino. O bicho grunhia como os espíritos que rondam a noite na selva. O vaqueiro aproximou-se, jogou lanço certeiro. Prendeu o  animal com a grossa corda. Puxou devagar, sempre dando volta, tecendo uma teia entorno do ser tão semelhante ao humano. Aos poucos foi dominando a fera e já no chão, por um descuido dele, a selvagem mordeu-lhe a panturrilha. Os cães avançaram para estraçalhar a caça. Zenofre repreendeu todos eles e Graudez veio lamber a ferida onde a índia cravara os dentes. Ela balbuciou algumas palavras em língua  que ele não conhecia: “Xambioá...Xambioá... Xambioá...Apinajé.” E o vaqueiro perdeu o faro da onça.

 Adilson Júnior sujou as calças.

—Esse bicho fedendo demais, seu Zenofre! Disse o rapaz da cidade.

—O bicho cheira a caça do mato, respondeu o outro.

Vaqueiro Zenofre uniu as mãos fechadas em concha e soprou entre os polegares. O borá quebrou o silêncio da mata percorrendo um raio de meio quarto de légua. Alguns caçadores responderam com um assobio fino: Fííííu...fííííu... João Velho mostrava ânimo, mas não chegou a tempo dos primeiros nós. Piruruca perdeu o ritmo da cavalgadura, a tralha e a vareta de açoitar cavalos. Os outros, cada um trazia seu quinhão de medo ofuscado na lanterna acesa, pois a madrugada já tomava vestes de noiva, alvorecendo devagar no canto da passarada. Caburé soltou canto assombroso apregoando morte. Raposa apareceu no lugar da caça, é mau sinal.

 

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