ALMAS CATIVAS
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Dirceu Thomaz Rabelo
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Pode-se ser um prisioneiro de idos perdidos
Com prometimentos vãos, àqueles passantes,
Que beiradejavam nossas alegóricas vias...
Quem se aninhou numa vida amorosa vil.
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Quando se tem responsabilidade menina
O mal parece miúdo, sem convalescença;
É como picada de medonha cobra mansa
Não mata, só fere, mas, o machucado encrua.
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E vagueia eterno e visguento como o grito,
Que ziguezagueando pelo espaço etéreo
Espreita seu algoz, e o aguarda em emboscada,
Ao se laçar o sonho, ou mesmo em sono flácido...
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Tem hora que a criatura está mais desenredada
Sem a carcaça a incomodar-lhe sobre a cacunda
Bom seria preterir o despropositado pretérito
Ao sentir desconexos efeitos de vexas causas.
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Como engabelar o sempre alerta olho Divino?
Assuntar primeiro o ambiente, antes do retorno,
Caso se sentir inadimplente, um essepecífico!
Como galhos perdulários gastando folhas outonais.
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O coração quer amar, mas, existem antigas amarras,
Nas quais estamos atados como naus em cais soturnos.
Pagar, ou pagar. Cumpra-se o prometido; é a lei!
Antes de bulir com novas e granjeáveis navegamadas.
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Enquanto isso, vamos amando as notas promissórias,
Descompromissadas e assinadas em branco, aos trancos,
Que mal enorme nos fez e a outros barrancos também.
Somos ainda ALMAS CATIVAS de credoras almas!
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