As duas faces
Se alguém me perguntar inopinadamente
o que penso da vida e o que penso da morte,
direi a essa pessoa que na minha mente
jamais me preocupei com coisas dessa sorte...
E, se acaso pensasse, um sentimento forte
quem sabe me viria, como a muita gente,
de receio do instante em que se dá o corte
da nossa faculdade de seguir em frente...
Proceder dessa forma julgo nada mais
que dar azo a uma sarna para se coçar,
por isso não me atenho a conjeturas tais...
Só penso haver as faces alegre e injucunda
de fictícia moeda sujeita ao azar
– fico com a primeira, esqueça-se a segunda!...
12/01/2016
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