O marco
Eu me dei conta agora, de repente,
de que vou completar setenta e sete
– são anos bem vividos, felizmente,
de uma aventura a qual não se repete...
Nesta vida em que se é uma marionete
do acaso ou de uma força ignota, ingente,
prever o que inda vem não me compete
além de uma certeza compungente...
Esse é um assunto ingrato, que não quero
nestes versos tratar – a volta ao zero
como mote a pensar não me interessa...
Mas se insistir alguém ser a passagem
a um não sei onde um marco desta viagem,
direi que para tanto não há pressa...
07/01/2016
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