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cronicas-->sentimento ILhado -- 31/01/2007 - 18:46 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SENTIMENTO ILHADO
A MULHER IMORTAL
ALMOÇO GALEGO
AINDA ONTEM ELA SORRIA
A MOÇA (A ILHA)
A FALTA (A ILHA)
MAR DO LEME (A ILHA)
A CAÇA (O OBSERVADOR DE PARDAIS)
CARTAS DE MEL
O HOMEM ROMÃNTICO
A MADRUGADA A MINHA ESPERA
UM SCRAP POR FAVOR
AS ROSAS DE SHALOM
NOTICIAS DO FRONT (BOM DIA, ESPANHA)
EU, R, O MAR
CARTA A AMIGA (BOM DIA, ESPANHA)
VIDA DE SOLDADO
O MILAGRE
UM CORONEL ENSINANDO




Marcelino Rodriguez


"Sentimento ilhado, morto, amordaçado, volta a incomodar."
A voz de Fagner joga-me em funda melancolia, revolve coisas.... Bóias solitárias de coisas não vividas e não ditas, enganos irremediáveis... tudo no mar dentro da alma, tudo nas profundezas de mim... Em vão pensar um gesto, não dá mais.
A gente passa a vida toda lutando pra ser claro, pra ser correto, pra buscar ser límpido e temos que de tudo passar e ouvir...
Aquele adeus que não se teve, aquela palavra que não se pode dizer e a própria explicação que não conseguimos mais dar.
Horas ha´que cansamos e melhor fora que se deixassemos a canção falar sozinha e chegar a noite com seu véu.
Mas a melodia desperta o desejo de quem sabe vir um milagre em que a própria dor transforme-se em comunicabilidade. Porque sofremos de não sermos entendidos? Bem, alguém que já quis dizer mil coisas e não pode, alguém que já quis se explicar e não conseguia mais, alguém que em algum momento sentiu na pele a dor da fragilidade humana quando há os choques de pensamentos, de sentimentos e de atitudes, não pode deixar de sangrar o coração ao ouvir sobre esses sentimentos ilhados que levamos dentro de nós e brotam as vezes do nada, numa manhã inadvertida, numa tarde melancólica ou na noite profunda. "Sentimento ilhado, morto , amordaçado". Sim, eu sei o que é isso. Boa Noite.

Direitos reservados

NAS ASAS DE DEUS


Um dia chuvoso. A solidão mais que suficientemente propícia. Pode ser que chegou o momento de eu mergulhar no que ocorreu-me

há três anos passados, quando, creio, passei por experiências que poucos mortais terão experimentado. Foi um encontro brutal

com o destino.
Será difícil descrever tudo. Sei talvez como começar as lembranças, mas não imagino como posso por um ponto final de algo que

até hoje não acabou. Terei mesmo sobrevivido? Sim. Estou aqui vivo ao que tudo indica, escrevendo. Estou até, depois de

tempos adversos, gozando de um relativo conforto. Porém, sei que uma parte de mim ela levou para sempre. Não me vejo mais

amando outra mulher como a amei. Acho que com ela passei dos limites. Se é que existe limites nesses casos. No meu íntimo, eu

penso que poderíamos ter ido um pouco mais além; eu queria salvá-la, mas o caso é que eu também precisava dela. Tanto eu

quanto ela percebíamos claramente que uma força maior nos unira. Eu tinha trinta e nove anos, ela vinte e quatro. E tudo

começou com a brincadeira de um anjo. Explico. Além do profile que eu mantinha de modo oficial, havia criado outro com a

imagem de um anjo, para fazer agumas pesquisas pessoais no campo da espiritualidade na ocasião. Na época, eu estava bastante

envolvido com determinado caminho espiritual e em contato com um instrutor jovem,residente em São Paulo, vinte e seis anos,

porém extremamente sábio e com visiveis poderes espiritu esírituais. Então com esse anjo eu me permitia frequentar

comunidades com as quais eu camuflava com meu perfil público. Sou já um autor de certo renome, embora goze mais do título do

que do capital que a fama as vezes parece trazer. Então um dia estava brincando com meu anjo quando vi uma menina grande e

sorridente, achei-a simpática, porém tive um pensamento bastante curioso "Xi, essa aqui não tem a mínima chance comigo". Mas

adicionei-a, pondo-a na rede do anjo. Mal sabia eu que ali , sem sequer imaginar, eu abriria todos os portais que me levariam

em pouco tempo ao céu e ao inferno, para depois voltar a terra e de certo modo achá-la insípida. Vamos ao caso. Então achei a

menina desengonçada, grande, porém achei o sorriso dela bastante cativante. Dias depois estava no msn quando comecei um papo

com uma menina e papo inicialmente pouco amistoso, tipo ela me pergutando como eu fora parar no msn dela e eu dizendo que se

estava ali é que evidentemente havia um motivo e ela teria consentido, evidentemente. Ficamos nisso quase uns quinze minutos,

ao que parece ela tentou inclusive me deletar, mas não conseguiu. Então eu disse se ela se achava tão fantástica assim pra

sair recusando os outros e que se a gente não estava se entendendo é porque tava faltando amor na conversa. Bem, a partir daí

combinamos que tentariamos nos comunicar direito. Fizemos uma trégua. Depois de certo tempo ela começou a elogiar-me, dizendo

que eu havia mexido na estrutura dela e que estava dando-lhe uma lição. Disse que tinha um romance em caso terminal e que era

uma boba porque apenas ficava amiga dos seus amigos. Contei-lhe que era escritor, que vivia isolado, e que andava estudando

um caminho bastante estreito do ocultismo. Ela me disse que já havia estudado Aleister Crawley e sua filosofia, que nada mais

é que magia negra e a negação do cristianismo e seus valores. Tenho certa repulsa por esse caminho desregrado da

espiritualidade e de certa maneira fui, através dela, também vítima da falsa liberdade promiscua que pregava esse inglês.

Então trocamos telefones. Acho que ela ligou-me primeiro. O fato é que ela começou a me ligar duas, três vezes ao dia e eu

fui começando a achar que havia algo a mais, ou poderia haver, entre nós dois. Ela tinha uma voz rouca e sugestiva. Falava de

sexo com bastante naturalidade e no msn havia se gabado de não ser mais virgem, como se isso fosse um grande trunfo. E assim

que ela me ligava as vezes três vezes por dia, eu achava estranho. Perguntei a uma amiga minha que é psicóloga e joga taró, a

Carmem, o que ela achava e disse que gostaria de vê-la. "È estranho mesmo, é como se ela quisesse controlar sua emoção,

parece." Pedi então a Carmem que marcasse um dia para abrir jogo pra mim. Acaba que marcamos de nos encontrar no dia cinco de

julho de 2006, em frente a uma churrascaria aqui no bairro e de lá iriamos para o parque. Nesse meio tempo, ficavamos horas

no msn e no telefone, as vezes pela madrugada. No dia do encontro ela me disse por email que já sabe que esse vai ser um dial

especial e que está se preparando para não fazer feio para o mestre. Ela inicialmente me via como um sábio em parte. Pedi que

ela comprasse um de meus livros e ela o fez, embora dizendo que só lia literatura espiritual ou sobre ioga e que andava

fazendo jejum e meditando muito. Não pensei a princípio que poderia haver nada entre nós porque ela era bem mais alta a meu

ver. Nunca imaginei-me apaixonado por uma mulher mais alta. Ela tinha 1,76. Nesse altura, eu já sabia que ela era aquela

menina desengonçada que o anjo tinha adicionado no orkut. E fui encontra-la apenas pensando que seria um amiga que pudesse me

distrair um pouco. Mais nada. Lembro-me que enconstei num carro e fiquei a sua espera. Em determinado momento,

institivamente, virei-me e a vi. Achei um rosto estranhamente familiar. Sempre com aquele jeito da foto na net de que iria

sorrir. Estava de cabelos presos, mas pude reparar que ao contrário do que pensei, era bonita. E nem era tão alta quanto me

pareceu de primeira. Comentei com ela que esperava uma girafa. Pomo-nos a caminho do parque e institivamente não pude deixar

de reparar em seu traseiro, a marca da calcinha. Me senti um tanto sórdido por isso. Mas seguimos caminho. Eu ia dizendo a

ela coisas do tempo que vivi na Argentina, que não acostumava-me com a desordem do Brasil e ela disse-me que me mandaria pra

europa, porque no fundo eu não era brasileiro e sim galego. Por isso eu estranhava. Mas que eu parasse de reclamar, porque

ela era brasileira. Fiquei no intimo achando que eu devia mesmo estar falando outras coisas e não aquele assunto. Nesse

parque que iamos, ocorria um evento curioso. Toda vez que eu ia por lá e parava em frente ao lago, para onde nos dirigiamos,

um pássaro branco que não sei até hoje se era um pássaro ou um flamingo, aparecia. Pensei em comentar com ela, mas não o fiz.
E logo o pássaro surgiu. E ficamos ali, algumas horas conversando coisas que hoje já não recordo mais. Foi quando ao que

parece deu-nos sede e fomos beber uma água. Foi então que paramos em um dos bancos de madeira do parque e começaram os

sintomas de ternura. Ela estava com uma calça comprid rosa e uma blusa branca. Em determinado momento ela soltou os cabelos e

enquanto o arrumava senti um impulso de acarinhá-la e achei estranho o impulso. Porém , pude perceber o quanto ela era

bonita. E fiquei comigo mesmo achando muito estranho a ternura com que pensei e fazr-lhe carinho. Era algo que ia além de um

desejo físico apenas, um sentimento diferente, paternal talvez. Me contive, é claro, afinal era nosso primeiro encontro.

Começava a anoitecer. Nesse ano eu estava me aprofundando em estudos de mediunidade num centro espiritualista de mediunidade

e estava passando uma experiência tão fantástica quanto solitária com mediunidade. Havia uma entidade em mim. Era uma

sensação tão especial quanto misteriosa para mim recebê-la. Uma experiência muito forte que estava dando-me uma outra visão

do universo e de mim mesmo. O centro como era perto e estava quase na hora convidei-a a ir. Ela concordou e disse que há

tempos que vinha querendo conhecer melhor a umbanda. No caminho da saída eu estava em dúvidas em qual portão sair quando um

sujeito apontou para a direção correta, sem que eu explicitasse para onde queriamos ir. Ela percebeu a estranha coicidência e

comentou. Nossa, você é guiado desse jeito? Fiquei um pouco encabulado que ela percebesse alguma intimidade espiritual minha,

mas lá fomos. Pedi que ela prendesse o cabelo por causa da disciplina do centro que eu pensei que exigia isso, mas depois ela

disse-me que era o contrário, que eles disseram que ela tinha que os deixar solto. Puseram-lhe um vestido branco e ela tomou

um passe então. Viu-me incorporando.Minha entidade sempre chega com muita força e garbo. Depois, terminada a sessão, viemos

embora e ela no caminho disse que queria vir na minha casa. Eu consenti. Mas confesso que até ali não estava com intenções

maiores não. Eu estava mesmo disposto a entender primeiro o porque e o que nos tinha aproximado. Nesse tempo, devido aos

estudos espirituais que eu estava fazendo, andava bebendo e fumando bem pouco, mas antes de subir pedi a ela licença e

comprei uma cerveja escura. Chegando em casa ela pediu para ir ao banheiro. Eu tinha um cigarro guardado e fui a janela

fumar. Ela disse que apesar de se incomodar com cigarro, estava tendo vontade de fumar por minha causa e eu pedi que ela não

o fizesse. Parece que ela era bastante influencíável comigo. Sentamos no sofá e ficamos conversando. Ela disse-me que

conversar comigo era quase uma meditação. Eu falei que o que ocorria é que eu estava fazendo amor com ela de um jeito

especial. E era verdade. Eu estava buscando manter o coração puro e sem artifícios. Pela primeira vez na vida eu iria evitar

desse no que desse, qualquer tipo de artificialismo. Em determinado momento fui pegar outra camisa para vestir, para levá-la

no ponto, quando ela me chamou. Virei-me -- Oi, amor - Ela estranhou. - Como é? -- O que? - Voce me chamou de que? -- De amor

-- Nossa, que coisa estranha - ela disse. -- Como assim? estranhei. È que eu achei, senti a coisa como natural, como

supernatural. Sim, e foi natural. De início pensei se aquilo não seria teatro dela, ainda estava meio cético. Já eram dez

horas da noite quase e estavamos juntos desde as três horas. Na hora de irmos eu que nessa altura já estava vendo ela como

mulher, embora não falasse nada a respeito, não me contive ao ver suas formas de frente, mesmo sob a calça comprida. -- Você

é uma mulher espetacular -- Como assim? Por que voce está falando isso? O que voce está vendo? O que voce viu? Calei-me. Não

vou falar. Ah não, agora voce vai falar. Fiquei envergonhado, mas percebi que estava numa encrenca. Iria dizer pra ela que

foi olhando pro sexo dela que veio-me aquele pensamento? Ela insistia. Fala. fala. O que voce viu? Então tive que dizer. Seu

sexo. -- A tá, entendi, é sagrado né? E fui levá-la no ponto. Já nesse dia acho que senti um vazio depois que ela foi embora.

Nesse tempo eu já estava morando sozinho e minha mãe estava em outro estado, para tratar um cancer no seio. Ajudava-me

financeiramente de lá, porém vivia bastante isolado.



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