Cérebro*
Alguns versos em que falo de cérebro
Alguns versos em que falo de cérebro:
Nódoa (*)
O sentimento inglório que me atinge
E quer destruir tenta tornar submisso
Meu ser, desmancha todo o compromisso
Que firmei e sugere união à esfinge.
De cores várias, meu enleio tinge.;
Deseja promover um grande enguiço.
Permaneço pensando muito nisso
E a voz sufoco inerte na laringe.
Não há como fugir mais desse drama
Que planejou traiçoeiramente cobra
Criada, que a todos contagia e inflama.
O cérebro, em ginástica, redobra
Para entender inexplicável trama,
Cuja mágoa profunda é o que sobra.
___________
(*) "Grandes Talentos", volume 4, 1ª edição,Rio de Janeiro, Litteris Editora, 1995, página 17.
Antagonismo
O bom senso aconselha esquecimento
E recomenda, frio, sem piedade,
Que não tenha ilusões, sequer saudade,
Porque o sofrer é grande e não o agüento.
Sentencia severo. Esforço aumento
Para contê-lo com serenidade
E manter o desejo e a liberdade
Que tenho de te amar a qualquer momento.
Com o cérebro, luta o peito ardente
No calor da fúria do harmatã
E domina a contenda finalmente.
O coração sujuga-o. Sua vã
Resistência termina, deixa a mente,
E sonho, amor, contigo um amanhã.
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Currículo do Autor Exibido
Recognição
Na crença de algo supremo,
O cérebro não "espremo",
E a vida mistério é.
Creio que exista milagre.;
Notável que se consagre
O que houve em Genesaré.
Consternação
Chegam as primeiras chuvas! É outubro!
Levanto-me cedo. Olho pela vidraça
Magricelo cão que, lamentando passa,
E tanta pobreza no mundo descubro.
Chegam as primeiras chuvas! A manhã
Das flores vem vindo outra vez! Novamente,
Observo que tudo é vago e indiferente
À lamúria triste, solitária, vã.
Chegam as primeiras chuvas! A prece
Foi bem atendida. O astro-rei dá descanso.
O pássaro voa com cautela e manso.
O capim marrom agora reverdece.
Chegam as primeiras chuvas! Madrugada
Fria. Não consigo mais dormir. Acordo
(Desperto o passado), medito, recordo.;
Penso na existência e não concluo nada.
Chegam as primeiras chuvas! Primavera
Reconstrói a flora. Há árvores sem vida,
Cérebros sem sonhos, empresa falida,
E o pesar de não ter feito o que pudera!
Chegam as primeiras chuvas! A saudade
Mais profunda vem com elas. Natural
Sentimento faz com que eu domine o mal
Que busca impedir haja serenidade.
Chegam as primeiras chuvas, e cratera
Se abre irreversível! Dor nasce e evolui.
Se analiso aquele homem que outrora fui,
Desconheço o ser que antigamente eu era.
Chegam as primeiras chuvas! Há visões
Superdistorcidas que surgem, e tento
Apagar mantendo firme o pensamento:
Ainda há de chover amor nos corações!
Chegam as primeiras chuvas! O conflito
Dos pobres instala-se impiedosamente,
Duplica o pavor de desastrosa enchente
Que arrasa, maltrata em ataque maldito.
Chegam as primeiras chuvas! Solidão.
Na calçada, dorme um bêbado sem juízo.
Chove. Enquanto lá fora é forte o granizo,
É maior a angústia que alimento em vão.
Chegam as primeiras chuvas! É perfeito
O exemplo de Deus, que se propaga e medra.
Cai água... e, ao mesmo tempo, chove pedra
Aumentando a ânsia que me habita o peito.
Chegam as primeiras chuvas! Nem um bem.
As aves reclamam, choram pelo ninho
Desfeito. Os filhotes desejam carinho.
Todos choram. Peno com eles também.
Chegam as primeiras chuvas! Desencanto
Para os passarinhos,que mudam de abrigo
Buscando agasalho e "habitat" mais amigo,
Onde possam ter paz e soltar o canto.
Chegam as primeiras chuvas! Devagar
Retornam alguns.; outros seguem depressa.
Procuro equilíbrio.; revivo a promessa
De que, num momento, você vai voltar.
Chegam as primeiras chuvas! Intervém
Mágoa. Cai do espaço chuva sem cessar.
De meus olhos cai lágrima sem parar,
E pergunto -- incrédulo: meu Deus, por quem?
Perplexidade (*)
Falam de saudade e lamento
As canções que chegam do mar,
E o canto parece imitar
Voz que sinto e não mais sustento.
Ouço tudo calado. Num lento
Passo, vou seguindo.; ao andar,
Persegue-me a luz do luar,
E remôo um só pensamento.
Manda lembrar -- o coração,
O cérebro quer -- esquecer.
Busca uma imagem -- a visão.
Esse conflito faz sofrer.
Confuso fico, e o turbilhão
Ameaça a estrutra do ser.
_________
(*) In "Novos Talentos 6", 1ª ed., RJ, Litteris Editora, 1995, pág. 53.
Uma senhora (*)
Tento reter no cérebro confuso
Algum entendimento desse fato.
Num desespero, tudo desacato
E entro, sem perceber, em parafuso.
Desdenho-me do mundo, podre, e abuso
Da vida sem nenhum pesar (relato):
Rolo na lama e torno-me insensato
Como se fosse plenamente obtuso.
Com atitude de quem nada implora,
Dediquei mais de trinta anos -- risonho --
Carinho, amor, respeito a uma senhora.
Contragosto, hoje, os olhos nela ponho.;
Sinto repugno, ódio e me afasto na hora,
Levando a dor de um tempo que foi sonho.
___________
(*) "Grandes Talentos", volume 4, 1ª edição, Rio de janeiro, Litteris Editora, 1995, página 18.
Diferencial (*)
Ao cérebro, às vezes,
Enganar é possível.;
Basta usar dos talvezes
Ou da farsa terrível.
Ao coração ninguém
O consegue de pleno,
Vive ele alerta e tem
Amor e não veneno.
Razão e sentimento:
Poder sulime nosso.;
Um, quantificar -- tento,
Outro, medir -- não posso.
________
(*) Brasília, DF, 14/12/2004.
Enxaqueca (*)
Queixa-se: "Dor de cabeça!"
Provável que não se esqueça
Em tempo algum desse mal.
Parece espremer o cérebro,
Toma chá quente de heléboro
-- Liliácea medicinal.
__________
(*) Brasília, DF, 25/12/2004.
Proibição (*)
Em mim há um conflito,
Chamo seu nome e grito.;
Sem resposta, me calo.
O cérebro está tonto.
Triste, me desaponto.;
Não canta mais o galo.
Amaria espalhar
Que te amo, e o azar
Foi te querer demais.
Não posso nem consigo.;
Decreta-me um artigo:
"Não divulgue jamais."
______________
(*) Brasília, DF, 30/06/1974.
Sofrimento (*)
Nenhum dinheiro tenho,
Vivo do engenho
De um mago.
Reminiscências vívidas
Sobram, e dívidas
Não pago.
Não dá mais o ordenado
Para o esfaimado
Estômago.
Angústia me consome
De tanta fome
O âmago.
Os pequenos famintos,
Cheios de helmintos,
Não comem.
Débeis, parecem grilos.;
Sonha nutri-los
Um homem.
Incha-lhes a barriga
Onde a lombriga
Faz festa.
A pele carcomida
Difícil vida
Atesta.
Nao há mais quem ajeite.
Faltam-me o leite
E o pão.
As crianças, inocentes,
Rangem os dentes
Em vão.
Desassossego enorme.
Ninguém mais dorme,
Só rosna.
Alimento não há.;
Somente chá
De Losna.
Em penúria e miséria,
Quanta bactéria
Degluto!
Na sala pequenina,
Tenho a cortina
De luto.
De partir, conto a hora
Que mais demora
Chegar.
A morte pode ser
Fim do sofrer
Sem-par.
Aquela gente ingrata
Me fere e mata
À míngua.;
Tem expressão felina
E viperina
A língua.
De cérebro mau, podre,
Leva no odre
Veneno.
O coração perverso
Tem universo
Pequeno.
Planta só injustiça.
Sempre se enguiça
E brame.;
Ataca o ser sem dote
Com um chicote
De arame.
"Foram-se os tempos de USP!"
Joga-me cuspe,
Debocha.
Com alma negra e dura,
Tem estrutura
De rocha.
Minha mulher esbelta
Acresce um delta
E vibra.;
De caráter forte,
Enfrenta a sorte
Com fibra.
Não reclama.; é impávida!
E, mesmo grávida,
Trabalha.
Cozinha, lava e passa.;
Prepara a massa
Sem falha.
Desligaram a luz.
Lampião eu pus
Na Casa.
Suprimiram a água
Deixando a mágoa
Que arrasa.
Meu lar está ruído.
Em nobre amido
Nem falo...
Com ínfimo salário,
O angu diário
É ralo.
Estou sem telefone
E quem me abone
Os atos.
Nos botecos antigos,
Só tive amigos
Ingratos.
Títulos no protesto,
Sei que não presto
Assim.
Acabo-me, e os credores
Dizem horrores
De mim.
Aluguel em atraso,
Ganho, no prazo,
A rua.
Abre um riso o que passa
E, ao ver-me na desgraça,
Recua.
Fixar teto na ponte
Em que o horizonte
É curto?
Conviver com mosquitos?
Entre detritos?
Me furto.
Na estrada ou no deserto,
O passo incerto
Caminha.
Sem destino, palmilha
Nossa família
Todinha.
Só nos resta emigrar,
Não ter o azar
De antes.
Longe, tudo o que fomos:
Uns microssomos
Errantes.
Quiçá carne de boi
(Deus abençoe!)
Tenhamos.
Não mais lembrar os remos
Nem que vivemos
De ramos.
Num lugar diferente,
Talvez a gente
Renasça.
Mas fica a dor aguda,
Que não ajuda
A raça!
__________
(*) Brasília, DF, 30/11/1973. "XI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil", volume XXVIII, 1ª edição, Rio de Janeiro, Grupo Brasília de Comunicação, 1997, págs. 16/18.
Sofrimento (*)
Nenhum dinheiro tenho,
Vivo do engenho
De um mago.
Reminiscências vívidas
Sobram, e dívidas
Não pago.
Não dá mais o ordenado
Para o esfaimado
Estômago.
Angústia me consome
De tanta fome
O âmago.
Os pequenos famintos,
Cheios de helmintos,
Não comem.
Débeis, parecem grilos.;
Sonha nutri-los
Um homem.
Incha-lhes a barriga
Onde a lombriga
Faz festa.
A pele carcomida
Difícil vida
Atesta.
Nao há mais quem ajeite.
Faltam-me o leite
E o pão.
As crianças, inocentes,
Rangem os dentes
Em vão.
Desassossego enorme.
Ninguém mais dorme,
Só rosna.
Alimento não há.;
Somente chá
De Losna.
Em penúria e miséria,
Quanta bactéria
Degluto!
Na sala pequenina,
Tenho a cortina
De luto.
De partir, conto a hora
Que mais demora
Chegar.
A morte pode ser
Fim do sofrer
Sem-par.
Aquela gente ingrata
Me fere e mata
À míngua.;
Tem expressão felina
E viperina
A língua.
De cérebro mau, podre,
Leva no odre
Veneno.
O coração perverso
Tem universo
Pequeno.
Planta só injustiça.
Sempre se enguiça
E brame.;
Ataca o ser sem dote
Com um chicote
De arame.
"Foram-se os tempos de USP!"
Joga-me cuspe,
Debocha.
Com alma negra e dura,
Tem estrutura
De rocha.
Minha mulher esbelta
Acresce um delta
E vibra.;
De caráter forte,
Enfrenta a sorte
Com fibra.
Não reclama.; é impávida!
E, mesmo grávida,
Trabalha.
Cozinha, lava e passa.;
Prepara a massa
Sem falha.
Desligaram a luz.
Lampião eu pus
Na Casa.
Suprimiram a água
Deixando a mágoa
Que arrasa.
Meu lar está ruído.
Em nobre amido
Nem falo...
Com ínfimo salário,
O angu diário
É ralo.
Estou sem telefone
E quem me abone
Os atos.
Nos botecos antigos,
Só tive amigos
Ingratos.
Títulos no protesto,
Sei que não presto
Assim.
Acabo-me, e os credores
Dizem horrores
De mim.
Aluguel em atraso,
Ganho, no prazo,
A rua.
Abre um riso o que passa
E, ao ver-me na desgraça,
Recua.
Fixar teto na ponte
Em que o horizonte
É curto?
Conviver com mosquitos?
Entre detritos?
Me furto.
Na estrada ou no deserto,
O passo incerto
Caminha.
Sem destino, palmilha
Nossa família
Todinha.
Só nos resta emigrar,
Não ter o azar
De antes.
Longe, tudo o que fomos:
Uns microssomos
Errantes.
Quiçá carne de boi
(Deus abençoe!)
Tenhamos.
Não mais lembrar os remos
Nem que vivemos
De ramos.
Num lugar diferente,
Talvez a gente
Renasça.
Mas fica a dor aguda,
Que não ajuda
A raça!
__________
(*) Brasília, DF, 30/11/1973. "XI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil", volume XXVIII, 1ª edição, Rio de Janeiro, Grupo Brasília de Comunicação, 1997, págs. 16/18.
Coração (*)
Aconselha-me o cérebro
Nem pensar mais em éboro,
Viver somente a luz.
Mas o peito, hiperterno,
Mesmo indo pro inferno,
Carrega, só, a cruz.
___________
(*) Brasília, DF, 05/02/2005.
Yolanda (*)
Recordo, sim, com ternura.
Em meu cérebro perdura
Imagem encantadora:
Sorriso amplo. Sempre um "Oi!"
Sem dúvida, pra mim foi
A primeira professora.
___________
(*) Brasília, DF, 08/02/2005.
Lúpin (*)
Em esporte radical,
Não há um sequer igual.
E que ele apareça: implora.
Pratica até asa delta,
Conserva-se sempre esbelta,
E o cérebro a mil por hora.
__________
(*) Brsília, DF, 18/02/2005.
Incoerência (*)
O cérebro se engana em farsa imensa
Por não ouvir atento o coração.
Um -- vive do real e crê que pensa.;
O outro -- sonha e imagina ter razão.
___________
(*) Brasília, DF, 19/04/2005.
Cassação (*)
Deputados a dois
Passos da cassação
Têm de chorar depois
Ao perder a eleição.
"Quem não deve não teme."
É o velho ditado.
Cérebro agora espreme:
Foi bom o meu reinado.
__________
(*) CB, 07/10/05, Capa e Tema do Dia, pp. 2 e 3.
Descaminho (*)
Cansada, o cérebro expreme.;
A blusa bem justa, creme,
Realça-lhe os dotes divinos.
Procura, sim, por alguém.;
Solução jamais obtém
E só encontra pepinos.
__________
(*) Brasília, DF, 31/10/2005.
Amor profundo (*)
Acordei pensando em ti.
Ah! corrijo: nem dormi,
Pois habitavas-me o cérebro!
Noctívago, esforço fiz...
Tentando sono feliz,
Tomei até chá de heléboro.
__________
(*) A você, que me tira o sono -- e não me sai do pensamento.
Queria (*)
Eu queria vê-la
De novo sorrir
E até envolvê-la
Num doce porvir.
Sonho-a regressando
(Imagem divina!)
E reaprender quando
A volta me ensina.
Ilusão e crença
Reforço, senhora!
Meu cérebro pensa
Que não vai embora.
Cultivar as flores
Que plantamos juntos,
Esquecer as dores
Nem lembrar defuntos.
A casa sombria,
Em que sobrevivo,
Espera a alegria
Desse bom motivo.
O quintal sem trato
E a velha mangueira
São exemplo exato
De toda a besteira.
O rio que corre
Lamurioso e vago
Aumenta-me o porre:
Só tristeza trago.
No meu entender,
Parece que tenta
Falar (ou dizer!)
"Vão longe os quarenta!"
Sua despedida --
Um grande desastre --
Em dor desmedida,
Transformou-me em traste.
A noite sem brilho,
E eu sem mais ninguém:
Só penso em meu filho,
Que levou também.
Enorme a saudade
Que me abate a vida.;
Por tudo, me invade:
Mágoa ressentida...
Restou-me apenas
Iludir-me em sonhos.
São mais de centenas
De tentos tristonhos.
Queria eu você,
De novo sorrindo,
Como o que ama e crê
Que o amor é lindo!
E reconstruir
Tudo o que tivemos,
Num mar e o devir,
Com canoa e remos!
___________
(*) Brasília, DF, 12/02/1974.
Kurzweil (*)
Comovente e assustador,
Prever que o computador
Enfrente o cérebro humano.
Esperarei o futuro,
Do fato me desconjuro.;
Tomara que seja engano.
_________
(*) Raymond Kurzweil "Seremos todos cyborgs" (Revista Veja, ed. 1982, ano, 39, nº 45, 15/11/2006, pp. 11, 114 e 15).
Vivaz (*)
Vocabulário acrescenta,
Está linda e sempre atenta
Acompanha-me na prece.
Revivo tantos instantes
Plenos de cenas brilhantes
Que o cérebro não esquece.
_________
(*) Brasília, DF, 05/07/2007. À Bianquinha, por ocasião dos seus dois anos e quatro meses.
Netinhos (*)
Chrisinha, seguem os dois últimos poemas que fiz para as crianças:
Espontaneamente (*)
Ao ver-me, sorri feliz
Como alguém que sente e diz:
"Que bom a tua presença!"
Cheio de orgulho e inquieto,
Afago o querido neto
-- Com zelo e ternura imensa.
_________
(*) Brasília, DF, 26/07/2007. Ao Rafael, no seu oitavo mês de vida.
************
Vivaz (*)
Vocabulário acrescenta,
Está linda e sempre atenta
Acompanha-me na prece.
Revivo tantos instantes
Plenos de cenas brilhantes
Que o cérebro não esquece.
_________
(*) Brasília, DF, 05/07/2007. À Bianquinha, por ocasião dos seus dois anos e quatro meses.
Beijos, durma com Deus!
Jill Bolte Taylor (*)
"Vi meu cérebro morrendo";
Pra alguns pode ser horrendo,
Mas não considere assim.
Superação plena se fez;
Pra ciência -- não há talvez,
E o progresso não tem fim!
_______
(*) Neurocientista americancana que sofreu um derrame (Revista Veja, ed. 2089, ano 41, nº 48, 03/12/2008, pp. 17, 20 e 21).
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