A SUA CALCINHA PRETA
Dia desses eu abri uma gaveta
De meu guarda roupas e bem fechada,
Por sorte ela estava destrancada
E eu buscava uma velha caneta.
Ali esquecida, ou até abandonada,
Qual flor murcha caída na sarjeta,
Coisas assim em nossa vida abjeta
Que o frio vento a leva arrastada.
Ao lembrarmo-nos do que foi um dia
Qualquer coisa que nos deu alegria
E nos fez sentir muito bem e bom.
Caneta não achei mas tive gorjeta,
Ao encontrar a sua calcinha preta,
Nela embrulhado um vermelho batom.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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