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Cronicas-->A FELICIDADE DO PONTO DE VISTA DA FILOSOFIA -- 25/01/2007 - 15:01 (José Virgolino de Alencar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A felicidade pode ser vista do ponto de vista da saúde. Se estamos com saúde, fisicamente perfeitos, podemos sentir a sensação de felicidade. Sob o efeito do amor, podemos também ver e sentir a felicidade. O amor, a paixão não doentia, causa estado de felicidade.
Pelo lado do dinheiro, pode-se considerar que há felicidade, não pelo vil metal em si, mas pelo que ele pode proporcionar de bom, de agradável, inclusive porque o dinheiro pode permitir saúde, pode permitir paz no amor. Embora ele não seja o móvel essencial da felicidade, a sua falta torna difícil o usufruto do estado de felicidade.
A realização profissional, mesmo não rendendo somas financeiras, proporciona a felicidade de se ver e se ter a sua criação, seja artística, literária, funcional, reconhecida, aceita, elogiada, decantada.
São muitas as vertentes por onde podemos ver, sentir, observar e entender esse sentimento que faz alma e espírito vibrarem, em euforia, até em êxtase, ás vezes.
Mas, alcançar a essência da felicidade, encontrar a prova real de que um ser humano é ou está feliz, é um desafio tanto científico, medido em quantidades ou qualidades palpáveis, como filosófico, onde o sentir está fora do alcance do ver, não é uma questão de ver para crer, mas simplesmente de crer a partir de observações que dêem base para a tese e para a definição de felicidade.
O que é, então, a felicidade, o que será e como será uma pessoa feliz?
A filosofia nos oferece pistas que constroem um processo de entendimento do que seja felicidade, um processo robusto de provas, testemunhos, ocorrências e episódios da vida de uma pessoa que se encaixam na definição de um estado de felicidade.
A explicação filosófica da felicidade é a explicação da própria filosofia. A filosofia só encontra sentido na busca dos caminhos que possam tornar a humanidade feliz - "o ofício da filosofia é serenar as tempestades da alma", ensina Montaigne, filósofo francês, citado por Guto Lacaz, em reportagem da Revista Época, sob o título "Felicidade".
Citado por Lacaz, o filósofo Boécio, rico, inteligente, poderoso em sua época, foi condenado à morte pelo imperador de então. Enquanto aguardava a execução, leu bastante, principalmente obras de filosofia, como forma de enfrentar o suplício. Mesmo nas precárias condições da prisão, Boécio escreveu "A Consolação da Filosofia" e na obra ensinou que " a felicidade pode entrar em toda parte se suportamos tudo sem queixas".
Boécio mostra que a filosofia consola, ensina, inspira, podendo tornar a pessoa feliz até na adversidade. Usando um infame trocadilho, pode-se dizer que Boécio não foi beócio (imbecil).
Aceitar os tropeços, entender que eles são inevitáveis, pode tornar a vida feliz. Segundo nos informa o Professor Doutor Flamarion Tavares Leite, em sua obra "Manual de Filosofia Geral e Jurídica - Das Origens a Kant" (Editora Forense - 2006), é o que assegura Zenão, o de Citio, ou Chipre, filósofo fundador da escola estóica, defendendo que o ser humano abandone as paixões terrenas e as desilusões, sem alimentar falsas esperanças, conformando-se com a vida de acordo consigo mesmo ou com a natureza. Para ele, viver de acordo com a natureza significa viver de acordo com a razão, logo, não há motivo para sofrimento pelas intempéries naturais, e, em não havendo motivo para sofrer, sobrava motivo para ser feliz.
Outro conceito de felicidade está no pensamento de Horácio, seguidor da filosofia epicurista, erroneamente traduzida como defensora da vida frívola, quando na verdade Epicuro buscava controlar as ambições e os desejos, em prol de uma vida simples, onde estaria a felicidade. Nessa linha, dizia Horácio: "carpe diem", ou seja, viva o dia de hoje, viva com o que tem agora.
Parece contraditório, mas Virgílio ensinava que a felicidade está no hoje e no futuro e é dele outra frase famosa: "carpent sua poma nepotis", ou seja, pense no futuro, no amanhã, nas gerações pósteras.
Mas que seja sem ambições, sem renegar ou revelar inconformismo com o hoje, sentindo-se infeliz no momento, na ilusão de que o futuro será mais feliz.
Complexo? Sim. Reflexivo? Sim. Contudo, a felicidade, pelo menos no sentido de bem-estar, independentemente de saúde completa, de paixão profunda e de riqueza imensa, pode ser sentida, segundo ensina a filosofia, entretanto, não sendo necessário que sejamos filósofos, para gozar a felicidade.
Basta pensar.
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