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Cronicas-->FLORESCER -- 23/01/2007 - 17:26 (Cheila Fernanda Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FLORESCER

Num sábado, há algum tempo, resolvemos regar nosso jardim de amor com uma viagem simples, para uma cidade simples, assim como as pessoas dali. E que pessoas! Daquelas que o papo flui e restaura a força da vida.

Rumamos, então, a Paranapanema e a escolha foi ir pela balsa. Na verdade, não foi de todo uma escolha minha, mas concordei. Embora ache lindo, sempre tenho muita tontura, e não consigo apreciar as belezas.

Chegamos ao "porto" e entramos na fila para esperar a balsa. Era final de tarde, com um pór do sol de matizes tais que seria impossível reproduzir. Ficava uma lista enorme na água, como se fosse um caminho por onde pudéssemos chegar ao sol. E até parecia que ia mesmo, pois ao abaixar e levantar os olhos era como se eu percorresse por aquele brilho. Nessa magia, comecei a me sentir muito bem.

A balsa chegou e meu receio, que era a tontura, evaporou. Consegui não ficar dentro do carro. Ficamos de mãos dadas, em silêncio, numa reverência à natureza. Nem percebi quando a balsa começou a se mover, pois o cenário era divino, no sentido literal. Algo de Deus!
A todo instante vinha um bando de pássaros, em linha reta ou em V, buscando o descanso do dia. Alguns vinham como se caminhassem sobre as águas, tamanha era a proximidade. Eles se transformavam em partículas de prata, prateando as águas. Lindo demais!!!

Soube claramente que aquilo era uma meditação, pois minha atenção ficou focada na beleza ímpar da natureza. Nada mais passava por minha mente. Meu olhar acompanhava os pássaros em direção ao ninho, ao porto seguro, para abrigá-los durante a noite. Na verdade, o ninho eram umas duas ou três árvores na margem que iam se distanciando, pois a balsa, é lógico, não parava. As árvores iam florescendo. Nascia uma nova flor a cada pássaro que pousava. E os bandos não paravam. Às vezes vinha um sozinho, desgarrado, mas queria se integrar, queria florescer também, como qualquer vivente.

Impressionante que da outra ponta da represa também vinham mais pássaros e, num dado momento, eu divisei uma ilhota lá longe de onde voavam muitos que provavelmente estavam descansando de um vóo mais longo. De repente, a cada instante, saía dali um bando rumo às árvores. E saíam, saíam, saíam... Cadê a ilha? Os pássaros a levaram? Sim, eles ERAM a ilha! Não encontro palavra para tanto encantamento!

Estava um frio danado, mais ainda em contato ali com a água, mas eu não o sentia. E olha que sou muito friorenta! Era uma integração total: pássaros, água, árvores, nós... A plena certeza de que somos natureza!

Quando dei por mim, estava já a balsa encostando do outro lado, para chegarmos à cidade. Saímos dali em êxtase, não sem antes avistar ao longe as árvores com flores tão especiais. Sentíamos que estávamos florescendo e flutuando... A vida é assim, o amor é assim: tudo simples e tão belo, para que complicar?
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