É no bonde da vida,
que carrego minha alegria,
entre gritos e gargalhadas
faço meu carnaval de euforia.
Vivo a vida, com as dores,
contando a cada dia
que no dia seguinte passa,
foi só ontem que sentia.
Trago no corpo estampada,
as marcas de tais cirurgias,
que de tanto tempo vivido,
eu jamais escaparia
de um ou de outro corte,
que me causasse sangria.
Mas de nada adianta o espanto,
lamento, melancolia,
é bola pra frente jogando,
e por certo já não se via
o que era corte à pouco,
em cicatriz se transformaria.
Até as feridas do peito,
que à tanto me consumia,
mesmo essas se ajeita,
e por certo esperaria,
que nova atadura de amor,
no meu peito se ataria.
Em breve estaria curada,
desse amor que me feria,
pois amor de verdade é bastante,
pra fechar qualquer sangria.
Valentina Fraga
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