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cronicas-->Maldito tempo que não passa! -- 07/01/2007 - 13:09 (Silvio Guerini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

É interessante como a saudade surge entre duas pessoas... entre dois amigos... entre dois amantes! A simples antecipação da separação já desperta este sentimento... que vai ficar conosco... queimando dentro do peito... fazendo nossos pensamentos voarem... até que o próximo encontro físico aconteça! E quando a saudade acontece entre um homem e uma mulher que se amam... aí então é um verdadeiro martírio... um calvário que parece não ter fim... pois não há o que possamos fazer com o maldito tempo... com o maldito relógio... que parece ter os ponteiros andando para trás! O tempo... esse nosso amigo aliado que cura feridas... que nos trás alívio aos sofrimentos mais horrendos... aí trabalha como nosso inimigo oculto e parece que para! São dias que parecem semanas, são horas que parecem dias, são minutos que parecem uma eternidade... e quando está quase chegando o momento tão esperado de rever a pessoa amada... aí então parece que a gente ficou na frente de um abismo intransponível... pois não apenas o tempo parece parar... mas como nosso corpo todo parece ficar esquisito: leve suor nas têmporas... denunciando nossa tremenda ansiedade... um frio incómodo no estómago... que até parece fome... e olha... não deixa de ser uma certa forma de fome... fome do outro... da boca... dos beijos... dos abraços... do cheiro... do olhar... que vai parecer um elixir mágico quando cruzar com o nosso... disparando em nossos corpos uma tremenda injeção de adrenalina... fazendo a gente pular naquele abismo que havia se criado... e o que é pior... acelerando incompreensivelmente os malditos ponteiros do relógio... que agora parecem malucos desembestados numa corrida contra o tempo... e aí... a gente se pergunta: "Pra que essa pressa toda, meu Deus?"... Mas a resposta nunca chega... parece paradoxalmente parada no tempo... no mesmo tempo que insiste em brincar com nossos corações aflitos... acelerando tudo! Mas não tem jeito... o maldito tempo... pois agora passamos a odiá-lo de paixão... parece que resolveu escarnecer de nossa sorte... de nossa vontade de ficar ao lado do ser amado... e sai correndo feito louco pela vida... Talvez seja por isso que os amantes se entreguem tão sofregamente nas suas carícias e prazeres... como se fosse pela última vez... pois o desespero da separação começa no exato momento do encontro ansiado. E a gente pensa: "Que merda! Isso só pode ser brincadeira da vida... do tempo!". E seja lá o que for... verdade divina... brincadeira de mau-gosto... sei lá... incomoda tanto a gente que, como uma maldição, a saudade passa a ser nossa inseparável companheira... zeladora impiedosa dos nossos dias... de cada instante... de cada momento que, caprichosamente, o tempo resolveu fazer não passar quando a ausência do outro nos preenche... E não há o que fazer mesmo... senão olhar com desalento para os números daquele maldito relógio digital... que mais parecem congelados no tempo... maldito tempo... insistindo em não passar... mas que irão parecer com o mostrador da bomba de gasolina, enchendo nossos corações de saudade, no exato momento em que cruzarmos nossos olhares com o olhar da pessoa amada... e só vão parar de correr... quando nossos tanques... nossos corações... estiverem cheios... repletos... carregados de saudade... e quando o nosso encontro termina... aí estes malditos números começam a se mover vagarosamente outra vez... como se estivessem rindo de nossas caras... de nosso sofrimento pela falta que o outro faz... Malditos números... malditos minutos... malditas horas... malditos dias... maldita saudade!

Silvio Guerini
10 de setembro de 2006, 12h55
guerinis@uol.com.br

Crónica inspirada em poema de Carlos Guerrinni, "Amor, Dor e Prazer".
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