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Cronicas-->Um brilho, um olhar -- 26/12/2006 - 15:51 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Você está na rua,caminha plácidamente, sem nenhuma pretensão. Observa as árvores, elas lhe transmitem paz, em seus movimentos lentos, os galhos rangendo em suaves balanços. O vento não chega a atrapalhar, nem a incomodar. Aí você vira os olhos e amplia seu horizonte. Vê as pessoas conversando, passando devagar, uma moça de suéter branco com um filho ao colo e seu marido de bicicleta, uma moça de olhos grandes com um sorvete imenso escorrendo pelas mãos, com cara satisfeita; um velho e seu andar em bloco, típico da doença de Parkinson, com um absurdo guarda-chuva aberto em plena sombra. Pássaros voando nos altos galhos, folhas caem descrevendo espirais no ar cristalino da manhã. Você está na rua, caminhando plácidamente, feliz com sua breve existência, você não precisa de mais nada a não ser inalar este ar frio que veio da madrugada e invadiu a manhã cheia de poças molhadas que refletem miríades de pernas e nuvens esparsas que com o vento rareiam e afilam-se no horizonte. Nada mais que a existência lhe basta, como é bom sentir estalarem os ossos da perna ao esticar um pouco mais para alcançar o meio-fio da calçada que teima em aumentar a distància de seu pé preguiçoso.

Nada mais é preciso que o saber encontrar-se com a mais leve das criaturas, justamente a que olha insistentemente em sua direção e você não vê, absorto que está com a visão de paraíso que domina a manhã mágica. Você se lembra de só uma dessas manhãs, numa praia distante, quando você corria e os reflexos do sol tingiam de cores e brihos sua face batida pelos ventos salgados do mar que batia nos rochedos ao longe.

Você apenas caminha, nada mais. Mas insistem os olhos da pequena, coisa que nenhum mortal jamais consegue explicar, mas a física quàntica sim: Você influencia o objeto observado, parte de você passa a ser parte do outro, que se modifica benévolamente, portanto partes dela faziam parte de mim e partes de mim das dela, é vital esta interação. Você apens caminhava, agora já é parte de seu olhar insistente, você era apenas respiração lenta, olhos bem abertos, ouvidos atentos, agora faz parte de seus póros, de suas idéias, seus pensamentos se povoam da dúvida que esse olhar pode provocar, mas já meu olhar encontra o seu olhar.

Você apenas caminhava só. Nada mais era necessário. Nada mais era preciso, nem nada era demais ou de menos.

Agora dois vultos seguem na manhã ensolarada e tranquila. Um todo sorrisos, outra toda espera. Num passo uníssono, eles se olham e conversam misturando suas vozes aos ruídos do parque ensolarado.

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