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Contos-->AS TRÊS IRMÃS -- 16/07/2012 - 16:02 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

As três irmãs

 

 

 

Depois que a mãe morreu, as duas irmãs solteiras mudaram-se para um apartamento alugado num predinho de três andares, sem elevador. Como ficava no centro, pertinho de tudo, elas não se incomodaram. O preço era razoável e elas tinham boa disposição para subir e descer escadas. Mais tarde veio também morar ali outra irmã, que ficara viúva. E as três lá viveram muito bem por muitos e muitos anos. Corretíssimas, nunca deixaram atrasar o aluguel, ao contrário, às vezes pagavam com antecedência. Até que um dia o proprietário do imóvel resolveu despejá-las. Quando souberam, ficaram atônitas. Mudar?... Para onde?... Não podemos morar longe... Estamos acostumadas aqui... Não temos carro, como vamos fazer?... Arranjaram um advogado, que tentou de todo modo convencer o homem a desistir. Eram boas inquilinas, que entrassem num acordo, que ele aumentasse um pouquinho o aluguel... De nada adiantou, o proprietário estava irredutível. E para finalizar, disse que precisava do apartamento para sua mãe. O que não devia ser verdade, parece que ela vivia numa casa de idosos. Mas quem vai saber da necessidade dos outros... E nossas amigas tiveram que ir embora.

 

Uma semana depois, toda a vizinhança presenciou a chegada da nova moradora. Deitada na maca carregada por enfermeiros, a velhinha de noventa e sete anos foi levada ao terceiro andar. E nunca mais ninguém a viu. Somente dois anos mais tarde, às vésperas de completar o centenário, ela desceu as escadas pela primeira vez. Também carregada, agora por familiares que a levaram para sua derradeira morada.

 

Quanto às três irmãs, foram morar longe do centro, porém, numa casa jeitosa que tinha até um jardinzinho na frente. Logo fizeram amizade com os vizinhos que sempre lhes davam carona para ir ao mercado. E nunca mais tiveram que subir e descer escadas. A casa era térrea.

 

 

 

(*) Qualquer semelhança com a realidade não passa de mera coincidência.

 

BEATRIZ CRUZ

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