À medida que deslizo,
por meu corpo,
as mãos sob os lençõis
que me possuem agora,
sinto-me espionada,
seguida, observada,
invadida na intimidade
das reentrâncias,
dos pêlos,
dos sumos.
Exibida e livre,
continuo o percurso,
para que meu voyeur
goze do meu prazer.
Está quente,
calor,
suor misturado ao desejo
(sinto teu beijo
em meus lábios todos)
e meu arfar
que eleva os seios
roça os bicos
no cetim.
E lá está ele
pela janela
a me sorver.
Agora é tarde,
não quero mais recuar.
Estou só e em tua companhia,
pois que teus olhos
me cravam estacas
por entre as coxas,
mesmo de longe,
fazendo gemer.
E em teus braços,
tão ocupados,
te sinto o falo
a me comer. |