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Poesias-->FOLHETIM -- 12/05/2001 - 23:37 (VIRGILIO DE ANDRADE) |
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Joaquim! Joaquim!
Acorda, oh! dentista da inquisição
Teu boticão emudeceu o grito de revolta dos conspiradores,
Mas o sono eterno não te impedirá de escutar o ranger de dentes dos filhos da Pátria
Já não vivemos em berço esplêndido(somos terra arrasada).
Joaquim! Joaquim!
Levanta-te, óh! Patriarca da república.
Vede tua obra pífia desbotar sob o manto da coluna neoliberal
Vede teus filhos tombar sob a espada do sociólogo ditador
As muralhas das Minas Gerais, no passado baluarte da liberdade, ruíram sob a égide capitalista da tirano.
Joaquim! Joaquim!
Regresse, Oh! senil Inconfidente.
Tua erma que um dia foi símbolo de luta hoje é poleiro de pombo
Tua bravura é motivo de chacota na Capitania dos Bandeirantes
Já não sofremos os achaques da Coroa Lusitana.; conquistamos o estado de colônia universal.
Joaquim! Joaquim!
Morras só mais uma vez, óh! esquartejado.
Teu grito de rebeldia vale menos do que um tango portenho
Tua memória só encontra abrigo nas mãos escarnecidas da resistência camponesa
O sonho de brasilidade já não emoldura a fonte do ditador (a viúva implora pelo carinho dos filhos aquartelados).
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