A resposta pode parecer lógica, mas não sei não... Para uns, o ano novo feliz pode ser simplesmente a aposentadoria precoce do ACM ou do Maluf ou mesmo uma fuga cinematográfica do juiz Lalau, que se exilaria na Guiana Francesa.
Os pobres sonham em ter saúde para arranjar um emprego; e precisam do emprego para ter um mínimo de saúde... Já a boa e velha Classe Média quer mesmo é enriquecer de vez. Trocar o Vectra 98 por um importado qualquer, ainda que seja com menos cilindradas. Deixar de lado o velho celular e adquirir um desses cromados, com acesso à Internet. Melhor que isso: ao invés de embarcar nas férias para alguma praia do Nordeste, participar de um cruzeiro pelo Caribe. Quem sabe até dar um pulinho até Paris?... Os ricos? Bem, eles que me perdoem, mas nem me passa pela cabeça qual é a idéia de felicidade que eles têm.
Palestinos e judeus não estão nem aí para o Natal e adotam calendários diferentes. Portanto, o 31 de dezembro de 2000 nada tem de especial. Mesmo assim, se pudessem desejar algo de bom para suas respectivas viradas de ano, certamente escolheriam não a paz na Palestina, mas o sumiço do oponente da face da Terra. Jerusalém para muçulmanos. Ou para Judeus. Ou para Cristãos. (Juro que não entendo este conflito...)
Nordestinos rezam para que o ano novo traga muitas chuvas para o Agreste; os moradores de Campo Limpo Paulista torcem para que haja estiagem em janeiro.
Enamorados sonham achar seu grande amor em 2001. Os mais saudosistas esperam reencontrar a grande paixão da adolescência, que conhecera no ginásio, mas que nunca ganhou sequer um beijo.
- Helena?
- Quanto tempo, Lúcio!
- Pois é. Muito tempo.
- Você está muito bem...
- São seus olhos, Helena. Mas, me diga... casou?
- Casei!
- Ah, que bom.
- Mas me separei há dois anos.
- Nossa... que pena!
E por aí vai. Cada um imagina um jeito todo particular de conceber a felicidade do ano que virá. Eu mesmo só serei feliz se conseguir uma coisa. Mas não falo pra ninguém.
