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Artigos-->A fome insaciada do governo -- 04/02/2003 - 00:17 (PenaRosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Elio Gaspari, O Globo

http://oglobo.globo.com/oglobo/colunas/gaspari.htm



Lula, o primeiro-aposentado



O presidente tem um salário de R$ 8 mil, casa, carro, comida e roupa lavada. Só 1,5% dos funcionários públicos ganham isso. A esse dinheiro somam-se cerca de R$ 2.500 que o INSS lhe paga. Não é a velha e boa aposentadoria do INSS, que dá aos trabalhadores um benefício máximo de R$ 1.561 mensais, depois de 35 anos de suor. É a aposentadoria das vítimas da ditadura. Nem todos os operários que perderam seus empregos por causa da ditadura recebem aposentadoria de R$ 2.500. Dentro do racionalismo do ministro Ricardo Berzoini (“a Previdência não é sistema filantrópico”), o INSS não deveria arcar com essa despesa.



Os crimes do Estado não devem ser custeados pela Previdência. Argumente-se que o direito de Lula é líquido e certo. Nesse caso, o companheiro Antonio Palocci deveria dizer ao primeiro-aposentado o que diz aos demais: “Não adianta estar escrito na Constituição que há o direito à aposentadoria se as contas não garantem isso de maneira sustentável”. Proposta: enquanto tiver R$ 8 mil mensais, casa, carro, comida e roupa lavada, Lula devolve a sua aposentadoria ao INSS ou doa o dinheiro para o combate à fome. São cerca de R$ 30 mil por ano, R$ 120 mil no mandato. Equivalem a 2.400 cupons do Fome Zero. Por falar em aposentado, o secretário de Comunicação de Governo, companheiro Luiz Gushiken, trabalhou mais de 20 anos e, como muitos bancários desta vida, aposentou-se pelo INSS. Recebe R$ 990 por mês. Por 12 anos de serviço como deputado, Gushiken recebe R$ 3.500.



Nomeado secretário de Comunicação de Governo, ganha mais R$ 8 mil. Proposta: enquanto estiver na cúpula do Poder Executivo, o companheiro Gushiken doa a sua aposentadoria legislativa. Em quatro anos, são R$ 168 mil, ou 3.360 cupons do Fome-Zero. Justiça devida e exemplo dado: os ministros Olívio Dutra e Ciro Gomes, ex-governadores do Rio Grande do Sul e do Ceará, recusam-se a embolsar as pensões a que lhes deram direito.



A turma do conselheiro Palocci



O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, recebe R$ 8 mil por 30 dias de trabalho. Ele já ensinou à choldra que juros não baixam por “ato de vontade”. Faltou contar que ato de vontade aumenta embolso de ministro. Palocci ganha R$ 2.800 mensais por algumas horas de trabalho, uma vez por mês, como membro do conselho da Petrobras.



Ele e o companheiro José Dirceu, que fatura outra Bolsa-Conselho (R$ 7.800) na Itaipu Binacional. Seria injusto dizer que o cartão-conselho seja coisa nova ou que Palocci e Dirceu sejam os únicos bolsistas. É coisa velha e genérica. Custa R$ 4,76 milhões anuais à Viúva. Os companheiros Dilma Roussef (R$ 4.400), Luiz Furlan (R$ 2.200), Guido Mantega (R$ 1.785) e José Viegas (R$ 1.200) já estão cadastrados no programa. Proposta: estimando-se que dez ministros tenham assento em dez conselhos a R$ 2.500 mensais cada um, são R$ 25 mil mensais, R$ 300 mil anuais. Doam o dinheiro e, com isso, pagam 24 mil cupons do Fome Zero.



A bancada no Bolsa-Câmara



O companheiro-conselheiro José Dirceu já explicou que está difícil pagar R$ 240 pelo salário-mínimo.



Tem suas razões, mas o programa Bolsa-Deputado aumentou os salários de 513 parlamentares em 50%, para R$ 12.720. Além disso, eles acabam de aumentar suas verbas administrativas. É o Bolsa-Câmara. Cada deputado torrará mais R$ 5 mil com escritórios estaduais, passagens aéreas e cotas postais e telefônicas. O companheiro João Paulo, futuro presidente da Câmara, explicou: como os deputados aumentaram seus salários é justo que sejam aumentados os salários de seus funcionários. Empulhação. Nesse caso, seria justo que se aumentassem os salários dos eleitores, pois sem eles não existiriam deputados nem funcionários de deputados. Nada feito. Aos eleitores, caberá apenas pagar, tanto o Imposto de Renda na tabela da tunga, como o Bolsa-Câmara.



Proposta: os 91 parlamentares da bancada petista ficam com o capilé do Bolsa-Deputado, mas devolvem à Viúva o ervanário do Bolsa-Câmara. Esse dinheiro deve render uns R$ 500 mil por mês, R$ 24 milhões, em quatro anos. Meio milhão de carnês do Fome Zero. Não seria um sacrifício muito grande, pois, como diz o conselheiro José Dirceu, “cada setor vai ter que fazer concessões”.



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