O Medo da Memória
Ó memória! Quanta história!
Podias ser a tábua de salvação, a redenção.
Por que sempre tardia?
Por sempre adiada?
Por que deixas a corrupção entrar?
Por que deixas o mal se instalar?
O que falta para seres tu a mandar?
É a vida!
É este corpo a pedir pão, saúde e posição.
Status de fachada, vestes coloridas para
disfarçar feridas.
Êxitos são mentiras, disfarces que a mente consente.
Moeda falsa a cobrir de ouro esta vida consentida.
Honra e glória para uma memória superficial.
A vida dura vira comédia.
O comediante vai adiante, a máscara lhe cai bem.
Quando lassear ou apertar é só trocar por outra máscara
mais confortável, adaptada à vida que pediu a Deus para
si e para os seus.
Lita Moniz
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