A dor da morte, é doce, é certeira, é final.
Difícil mesmo, é a dor da vida,
com suas mazelas diárias,
desde o ventre até o suspiro final.
Dor mesmo, é a dor da labuta diária,
da falta do pão, da falta de condições de sobrevivência,
do bulling na escola,
da má sorte de cair em uma família ruim,
de inimigos perversos e amigos traíras,
Patrões escravocratas, colegas pérfidos, à espera
de um deslize pra ocupar seu lugar.
Dor mesmo é a da vida,
que desde bem novo traz a dor dos amores desmedidos,
e se arrasta até o momento final.
Dor mesmo, são dores das doenças hereditárias,
do coração que já não pulsa o sangue que deve pulsar,
das articulações que não obedecem a necessidade da corrida,
ou as dores que adquirimos por hábitos indevidos.
Dor mesmo é amar sem ser amado, e isso se dá em vida,
não importa a idade, do mais tenro ao mais idoso,
não há como escapar das armadilhas do coração,
que ao invés de ser só músculo, dói como quê,
por razão inexplicável.
O resto, são dores induzidas, são dores fabricadas, dores procuradas.
A vida é simples, e nós é que a complicamos, no medíocre interesse
da socialização, na necessidade de se ser útil, e ser amado,
por alguém, por Deus, ou pelo diabo.
No fim de tudo, a dor da morte, ainda em vida,
é que nos livra de todas as dores acima.
Valentina Fraga |