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Artigos-->104. TEMOR VENCIDO — NÃO IDENTIFICADO -- 01/02/2003 - 08:14 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Estive aqui ontem e não fui atendido. Não sei por onde começar, pois estou pressentindo que, embora tenha sido admitido junto ao médium, este esteja a recusar-se a ajudar-me. Diz que não, que é engano meu e que será melhor para ele ajudar-me, pois terá ensejo de receber ajuda. Que seja. Então, vou expor minha situação.



Primeiro, desejo que meu ditado seja escrito mais rapidamente. Sei que o irmão é lerdo, mas paciência! Ele me pede paciência também e diz que, se não me preocupasse em dialogar, teria tido a oportunidade de adiantar o meu caso. Sempre haverá de ter razão! Ora, bolas! Vamos iniciar.



Ontem estive aqui e não fui atendido. Diz-me para não repetir o que está registrado, lembra-me todos os argumentos anteriores e desconfia que eu não tenha realmente um caso e que, se tiver, não estou com vontade de declará-lo. Vou iniciar, pois tenho, sim, doloroso caso de amor para revelar.



Em minha última encarnação, fui menosprezado por jovem que recusou a minha oferta de casamento, porque queria ser virgem pura entre as irmãs de caridade de instituição que existia perto de sua casa.



As informações precisas não vou dar, porque não quero ser identificado. Gostaria de não ser mais interrompido. Vejo que o médium gosta de picuinhas e de esclarecimentos paralelos. Vou continuar.



O que ocorreu é que não foi capaz de concluir os seus estudos, abandonando o internato do convento e, voltando ao mundo dos “vivos”, não me procurou, embora soubesse que a queria tanto.



Forçam-me a dizer que, nesse entrementes, me casei e constituí numerosa família. Obrigam-me também a dizer que o “entrementes” durou cerca de dez anos e que tivemos, minha esposa e eu, quatro conjuntos de gêmeos. Temo que com essas indicações fique fácil para alguém descobrir quem sou.



Mas vou adiante, porque já está dito e não apresentei ainda o meu problema. Estou sentindo que o médium me acusa de “enrolador”, mas a verdade verdadeira é que estou com muito medo de revelar o meu real segredo, segredo que me apavora e que escondi durante muito tempo, enquanto estive preso nas escuras cavernas do Umbral. Sei que tenho que revelar os acontecimentos, senão não vão me deixar sair.



Quero, no entanto, fazer referência a fatos anteriores que me fizeram tomar a atitude que tomei. Estão a me pedir pressa e que não envolva outras pessoas, que podem ser ou não culpadas mas que não estão aqui para serem julgadas. Gostaria de não se julgado eu mesmo. Ótimo! Estão a me dizer que não estou sendo julgado e que vai ficar a critério de minha consciência o meu próprio julgamento.



E se disser que já me julguei e que me condenei? Querem saber a minha pena?! Vagar perdido pelo mundo, sem compromisso algum com ninguém, pois estou cansado de ser perseguido. Dizem-me que esta pena não é pena e que minha condenação é mais perdão do que julgamento efetuado segundo as leis de Deus.



Misericórdia para mim, então, que matei a minha querida amiga e agora inúmeros parentes me perseguem, até mesmo deste lado da fronteira. Pensei que, se eu fugisse para cá, pudesse safar-me da vingança e da condenação, que tudo se esquecesse ou que nada existisse.



Não pretendo mais correr mundo. Por favor, encaixem-me em algum grupo de trabalho, para que possa vir a conseguir a contemplação do Senhor. Por favor, ajudem-me, pois tenho mui pesada carga para carregar e não mais suporto prosseguir!



Agora me vejo amparado por alguns amigos e tenho um pouco de conforto. Estou muito temeroso de sofrer grande punição e não gostaria de me afastar deste médium, que se condoeu de mim e pediu por mim junto aos irmãozinhos. Sei que está na hora de partir mas, pelo amor de Deus, amparem-me, ajudem-me! Insistem para que saia e que agradeça a acolhida que recebi. Muito obrigado a todos e roguem a Deus por mim!









COMENTÁRIO — MANUEL



O nome ditado pelo irmão sofredor não é verdadeiro, pois, num último arranco, queria jogar sobre personalidade conhecida a culpabilidade de que era acusado pela consciência. Será agora devidamente encaminhado para instituição socorrista, que verificará da possibilidade de propiciar-lhe meios de recuperação.



Pouco sabemos sobre ele, mas é certo que, durante muitos anos, sofreu a desdita de pairar ao léu dentro da massa mais densa da matéria deste lado da realidade. Fique tranqüilo, irmão, que não sofrerá ele mais do que sofreu, embora muito tenha que caminhar para poder recuperar a bem-aventurança de constituir nova família.



Devemos esclarecer que os males que relatou foram só alguns dos muitos que promoveu, mas, como se compenetrou de sua responsabilidade, terá oportunidades de auxílio como qualquer outro que se apresente arrependido e pronto para saldar as suas dívidas.



Rezemos por ele, irmãos, e abramos-lhe as portas de nosso coração, para que venha a receber vibrações regenerativas que lhe darão mais tranqüilidade para encetar de novo a sua caminhada no amor do Cristo.



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