Essa madrugada, a lua me sorriu,
com o mesmo sorriso que abres quando me olhas.
Preguiçosa, no céu,
esticou braços invisíveis,
como teus braços,
quando enlaçam meu corpo
envolvendo minha pequena estrutura,
na imensidão do teu peito.
Inquietas,
as pernas se expandiam no firmamento,
procurando, incessante minhas pernas,
e num balé esquisito, pareciam dançar.
Sorriso no rosto redondo,
braços e pernas,
perdidos na imensidão dos pensamentos,
na minha memória remota,
na minha memória recente,
a confundir meus pensamentes,
a fundir os corpos,
misturando realidade e fantasia,
alimentando o desejo incessante,
que não descola.
A lua, permanecia em seu lugar,
imóvel aos meus olhos,
mas articulada em meus pensamentos,
perdidos em você.
Valentina Fraga
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