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cronicas-->A DOR DA SAUDADE. -- 02/11/2006 - 12:13 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A DOR DA SAUDADE

José Eurípedes de Oliveira Ramos

"A dor da saudade,
revendo o passado,
quem é que não tem?" (*)

Desde a juventude, dedico-me ao estudo da Música e a visito com regularidade. Abandonei a execução, em virtude das limitações que o tempo trouxe ao desempenho. Ontem, habilidade e rapidez com os movimentos das mãos; hoje, estão trêmulas e as articulações perderam a flexibilidade. Mais interessado no conhecimento, não me empenhei em ser um concertista. Pela semelhança entre os existentes, conseguia extrair razoável música dos instrumentos de corda, uma vez que estudei e pratiquei o violão, por muitos anos.
Pelo estudo de música e alguns anos de estudo, brincava com o piano. Infelizmente, não me tornei um pianista. Curioso aprendiz e estudante, sim; mas o piano para mim é amor frustrado; amor musical primeiro não realizado. Estudei apenas dois anos e meio com d. Ambrosina Machado de Carvalho Rosa e dois anos no Conservatório de São Paulo. Isso, na segunda metade da década de cinquenta. Não prossegui, nem aqui, nem lá, por não dispor do instrumento e pela necessidade de trabalhar. O viver, com as exigências de trabalho, família e dos compromissos impediram-me de realizar o sonho idealizado. Até hoje, todavia, meu sentimento e interesse estão na riqueza e complexidade do piano, soberano entre a imensa gama de instrumentos de corda, percussão, metais, madeira... E sempre que dele me aproximo, é irresistível a tentativa de dedilhar suas teclas.
Enfim, influenciado pelo gênio de Villa Lobos, optei pelo violão como instrumento no meu curso de música, desenvolvido inicialmente no Conservatório Musical "Jesus Maria José" e depois no Conservatório de São Paulo. E afinal, o violão foi o companheiro de todas as horas, enquanto o piano ficou para trás.
Agora, raspando os setenta anos, disponho de instrumentos de qualidade, tempo e vontade de abraçar a música; mas, por ironia, as limitações de saúde impedem-me -apesar de minha teima- de dedilhar o meu violão e de estudar o meu piano. E nas noites quietas, uma dorzinha insistente, como a de um amor perdido e um desencontro que não apaga, vem machucar e aumentar a tristeza do sonho desfeito.

José Eurípedes de Oliveira Ramos
Da Academia Francana de Letras

(*) Ignoro o nome do autor.
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