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Poesias-->A POESIA DO MOMENTO QUE PASSA -- 12/01/2014 - 22:36 (Sergio Del Picchia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A P O E S I A D O M O M E N T O Q U E P A S S A

Sergio Del Picchia 1995







A CONCEPÇÃO



Cada momento tem sua poesia;



todo instante tem sua magia...



Sejam segundos de paz

ou minutos de alegria;

aquelas horas de paixão,

os longos dias de tristeza

ou semanas de sofrimento;

todos são simples momentos.

Todos tem sua magia,

todos tem sua poesia.







E num devaneio poético

meus sentimentos me dizem:

não é o poeta que a faz...

O surpreende repentino

o encanto de um poema;

o mistério de palavras

que isoladas pouco dizem

mas num toque de magia

de repente se combinam.

Ele sente essa energia

e em forma de poesia

ele a traz para os demais.







Assim como as linhas suaves

e os doces contornos redondos

já existiam dentro da pedra

antes do artista a moldar,

os tocantes versos e estrofes

já existiam no ar

a espera de um poeta,

a espera de uma alma sensível,

vibrando na mesma frequência,

captando essa energia dispersa

e a transformando em palavras;

transmitindo toda emoção

que o encanto do instante findo

acabara de compor.







Da mesma forma, acredito,

a melodia sinuosa,

aqueles toques geniais,

que imortalizaram o compositor,

foi ele quem primeiro a ouviu.

Cordas virtuais

vibrando em outra dimensão

produziram aquele som.

E o artista em sua incursão

por este outro universo,

num momento de inspiração,

escutou aquela mensagem

e a trouxe para nós.







E quando a magia do instante,

o encanto deste momento

se dissolve, leve, se esvai,

fluida se perde no tempo,

a transcende e permanece

o retrato vivo, pulsante,

da emoção que a acompanha:

o testemunho do poeta,

nas estrofes de seu poema.







E o mais simples dos momentos,

traz consigo uma poesia.

Um encanto indefinido

a espera de um artista,

a espera de um poeta.







O mais simples dos momentos

é um momento de magia.

É o milagre de cada dia,

sintetizado em cada instante.

O cotidiano milagre

de morrer cada noite

e renascer todo dia.

De chegar tão poucas vezes

e partir continuamente.

De conseguir sobreviver

num ambiente tão hostil,

vendo aquele rosto amigo

se tornar indiferente.

E procurar um novo sorriso,

quando aquele conhecido

se apagou tão de repente.







A poesia do momento que passa,

pode ser uma triste poesia.

Pode retratar a angústia,

o sofrimento e a dor.

Mas pode também ser alegre

e cantar o riso, o sorriso,

a alma leve que flutua

e a inconsistência que atrai.

Ou mesmo pode ser apática,

indiferente, indefinida,

com o humor daqueles dias

que como vieram se irão

e nunca serão lembrados.

Dias sem brilho, apagados.

Velhas fotos sem foco

de imagens sem expressão.

Pode ser a poesia triste

do amor sem resposta

e da dor da solidão.

Mas também a alegre poesia,

a benvinda esperança

dos olhos que se penetram

e das almas em sincronia.







Mas sempre será poesia.

Imagem no campo etéreo

da realidade conhecida,

sem os limites que sufocam

e compromissos que amarram.







E a beleza desta poesia,

muitas vezes nascida

da tristeza e da dor,

se desprende impetuosa

dos motivos que a geraram.

Como a alva flor de lótus

que se ergue livre e pura

da escura e fétida lama,

a poesia do instante de dor,

do triste momento que passa,

pode trazer a alegria

transformando, milagrosa,

lágrimas em doces sorrisos.

E embalar a alma triste

do amante abandonado

com bucólicas lembranças.

E conduzir com enlevo

a este outro universo:

ao virtual e encantado

mundo da sensibilidade,

onde de pouco valem

essas coisas da matéria,

e se vivem de forma etérea

os sentimentos e sonhos.

E lá a magia do instante

se eterniza em sua poesia,

pois nesse mágico mundo

o fugaz momento não passa.







O delicado véu branco

que encobre com encanto

o frágil recém nascido,

é o mesmo véu lascivo

que esconde com malícia

a fêmea desejada;

o mesmo véu enfeita a amada,

a noiva inocente e pura,

a mulher prometida;

e o véu é a mortalha

que cobre o corpo frio

em sua última morada.







Da mesma forma a poesia,

maliciosa ou inocente,

delicada ou agressiva,

que amplifica expansiva

os momentos de alegria

e envolve docemente

os instantes de ternura,

com a fúria do mar revolto

joga o peso de suas vagas

em frases contundentes,

quando a emoção contida,

de repente, explode.







A força de uma paixão

se revela inconfundível

na emoção de um poema;

mas ele se torna melancólico

quando, desfeito o sonho,

a esperança por instantes morre;

o poeta calado sofre

e sua poesia por ele chora.

Mas qual um barco no oceano

que reaparece entre as ondas,

repentino o sonho continua,

pois as marcas do passado sempre voltam.

O poeta novamente

se embrenha nos atalhos da ilusão;

nostalgia e esperança se alternam

e seu poema se transforma...









A INSPIRAÇÃO





E aqueles poemas não escritos?

Aqueles sentimentos difusos?

Embriões que não vingaram,

se perderam, frágeis esboços;

vibrações viajando no espaço.







Doces momentos de amor,

eternos instantes de paz.

A delicada folha que cai,

oscilante no calmo ar da manhã,

ou a árvore encurvada,

sob o feroz vendaval.

O olhar perdido no horizonte,

olhando tão longe e tão perto,

olhar que olha e não vê,

ou os olhos que fuzilam,

penetram, ferem, maltratam.

Tantos momentos, tantos poemas,

tantas vibrações perdidas.

Qual almas desencarnadas

a procura de um corpo,

tantas poesias não escritas

vagando a espera de um poeta.







E são tantas as emoções,

tantos momentos que ficaram,

tantas vibrações dançando

neste balé aleatório,

que imagino elas se tocam,

e neste poético encontro ,

essas emoções se somam,

se anulam, se completam...









Imagino a emoção alegre

dos braços abertos

e do sorriso amigo,

se encontrando no espaço

com a poesia triste

dos olhos que se desviam

e dos rostos vistos de lado.

Imagino o doce milagre

desses rostos indiferentes

de repente se voltando,

todos com um sorriso

e os olhos na linguagem

que só os olhos entendem,

dizendo em silêncio

o que as palavras não dizem.









Imagino noutra vibração,

a leve e alegre poesia

gerada da emoção coletiva,

a emoção de tantas almas,

na noite, na festa, na praia,

de repente se encontrando

com o sensível pranto

dos olhos que não se encontram

na escuridão da vida.

Pequenos sentimentos,

pequenas emoções,

pequenas poesias,

pequenas vibrações,

que se somam, se multiplicam,

e ficam pairando por aí...

Até que um dia,

entram em sintonia com alguém.

É quando de repente,

sem que se saiba por que,

uma estranha emoção nos toca.

E as palavras brotam

e se espalham pelo papel,

e a poesia surge solta,

pura, tocante, pronta.









A IMAGEM





O momento que se vive

vale mesmo pelo que fica.

Tão frágil é a paz no presente,

tão passageira a felicidade...

E não dá para parar o tempo,

ele sempre se vai...

Fica somente a emoção,

o sentimento, a saudade,

e a poesia do momento.

E em prosa ou em verso,

em música ou em canção,

pintada ou esculpida,

escrita ou não,

a poesia permanece.







O encontro de almas irmãs

no final de uma vida vazia

é motivo de imenso prazer

e sublime é sua poesia.

O rosto que se vira

e o sorriso que se apaga

depois de tanta esperança

é razão de intensa tristeza.

A alegria contagiante

do filho que um dia chega

infelizmente dura pouco;

um dia ele se vai.

E os anos de convívio,

se olhando para traz

não passam de um momento.

A dor do amigo que parte,

da vida acabada tão jovem,

nos acompanha para sempre;

mas foi um instante somente.







E por mais bonito ou mais triste,

que seja o instante vivido;

por maior que seja a alegria

ou mesmo a mágoa sofrida,

que nunca se veja nele

mais do que um simples momento.

A maior das felicidades

não passa de uma ilusão,

e o instante triste sempre se esquece;

mais cedo ou mais tarde ele se apaga.

Fica porém sua poesia;

a emoção que a acompanha,

eterna permanece.







Fica a beleza do momento,

e sua mágica poesia,

a poesia do momento que passa...























































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