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Contos-->CONVERSA COM UMA BONECA DE PANO VIII -- 07/09/2011 - 17:20 (GIVALDO ZEFERINO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Fui visitar a gerente no dia seguinte. Ela se encontrava serena e comovida com a atenção que eu lhe dedicava. Disse-me que estava muito feliz ao sentir que não guardo ressentimento pelo que me fez; também falou que nunca mais me causaria perturbação, que aquele caso já estava consumado. Mais uma vez, pediu mil perdões, com lágrimas nos olhos. Afaguei seus cabelos em silêncio, sentindo uma sensação de paz e contentamento como nunca antes. Beijei-a na testa e retirei-me. A gerente estava prestes a receber alta hospitalar, e garanti-lhe minha presença para acompanhá-la na saída.

 

Inexplicavelmente, outro dia acordei pensando em Maíra. Desde o começo eu depositava no meu coração um sentimento muito nobre por ela. Muitas e muitas vezes, aproximava-se de mim interessada na minha vida, como eu estava, se tudo ia bem... Eu sabia que ela me amava e que talvez aguardasse um momento em que iniciássemos um namoro. Ainda hoje, me pergunto por que não aconteceu. No decurso do tempo, conheci Sofia com quem cheguei a casar, aos vinte e cinco anos. Achei que Sofia era a mulher ideal, que me completava, e que eu tinha feito a escolha certa, mas tardiamente percebi que não era feliz com Sofia, e nos separamos três anos depois. Maíra, mesmo sofrendo com meu comportamento desmiolado, consagrou-me um carinho tão expressivo, que imaginei fosse ela a minha alma-gêmea. Encontrava-me com ela que sorria de regozijo, e sempre eu escutava a velha pergunta: está feliz? Como de costume, eu desconversava e nada lhe respondia. Quando me casei com Sofia, Maíra não demonstrou qualquer ressentimento, pelo contrário, simplesmente comentou: fico contente por sua felicidade, e desejo conhecer essa mulher que conseguiu arrebatar o seu coração. Espero que vocês se completem e sejam venturosos. Dois anos depois, ela conheceu um rapaz, com ele engravidou, e então se casaram. Não consigo explicar por que senti um surto de ciúmes ao tomar conhecimento do fato. Por que haveria eu de ter ciúme de Maíra? Fiquei intrigado comigo mesmo, mas, na verdade, era um ciúme inexplicável, doloroso, que feria fundo lá dentro do meu coração. O tempo todo, eu não conseguia removê-la do pensamento. Maíra grávida, Maíra casada, Impossível! Certa vez, não recordo em que circunstância, encontrei-me com ela juntamente com o marido e sua filhinha de colo. O homem já se me tornara repulsivo, por motivos mui particulares. À parte, Maíra perguntou o que eu tinha achado dele, e respondi com reticência: é! Ficou sem graça, logo após nos despedimos. O encontro provocou-me certo mal-estar. Maíra então partiu em companhia do marido e do seu bebê, enquanto eu permaneci ali a observá-los. Agora sinto que sempre a amei, minha cara Vitória. Maíra foi o amor que esqueci quando não devia, e desejei na hora errada. Mas ela estava casada.





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