Aos menos interessados no processo político como um todo, pode parecer, à primeira vista, que deputados e senadores são pessoas superdotadas. De rara inteligência. Verdadeiros deuses, cujos conhecimentos e sabedoria estão acima da média de todos os cientistas de todos os ramos do conhecimento humano.
Não é por outra razão que eles são sempre indicados para ocupar a titularidade de todos os ministérios do governo, independentemente dos objetivos e finalidades de cada uma das Pastas do Poder Executivo.
E não somente do Executivo. Também do Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, além das representações diplomáticas espalhadas pelo mundo inteiro.
Muitos parlamentares, hoje, são membros do Supremo Tribunal Federal, ocupam cargos de conselheiros do TCU, de Procurador Geral do Ministério Público Estadual e Federal e de titulares de embaixadas.
Agora mesmo, está em curso o complexo processo de reforma ministerial para acomodar aliados oriundos do PMDB que pretende ocupar duas Pastas do Executivo. Não se fala - nem se questiona -, acerca da competência ou da experiência dos indicados. Essa questão é secundária, no pressuposto de que todos são, realmente, superdotados. Gênios saídos de garrafas atiradas ao mar dos interesses recíprocos.
Vale lembrar que o governo conta, atualmente, com 35 ministérios. Não seria o caso de criar mais dois e acabar, de vez, com a polêmica e o suspense em torno da reforma ministerial? Afinal de contas, casa onde comem 35, comem 37.
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