É sabido que esta época não é propícia a protestos e que todos os nossos esforços devem ser dirigidos no sentido da paz e da concórdia geral. Eu também sei disso, mas não consigo me conter. Na realidade os meios de comunicação deveriam dar o exemplo neste sentido em lugar de dar margem ao descontentamento geral. A Rede Globo tem seu papel nisto. Ela deve pagar sua liderança com responsabilidade sobre o que nos apresenta diariamente e, sobretudo, na noite de Natal, dia tão importante para a maioria dos brasileiros.
Não que eu fique vendo televisão. Não fico. Nem sequer assisto ao show do Roberto Carlos. Prefiro a festa em família, a conversa solta com os amigos, o abraço com quantos venham à festa. Mas após, lá pelas duas ou três horas, nestas ocasiões acabo perdendo o sono e me apoio na televisão para um momento anual de insónia. Isto já vem acontecendo há anos e já não sei se é insónia ou rotina. O fato é que quando termina a festa, não deixo de ligar a televisão.
Pois bem. Acabo de consultar a programação da Rede Globo e fico estarrecido com o que vejo. Ao que tudo indica já é o segundo ano consecutivo em que a Rede Globo, tão ciosa de sua liderança, nos priva do espetáculo maior do Natal. Falo ao que tudo indica pois tenho medo de ser injusto quanto ao ano passado. Mas alguém haverá de confirmar. No ano passado, como ocorrerá este ano, a Noviça Rebelde não será apresentada.
Protesto!
Já são mais de quinze anos que venho assistindo, na madrugada do dia vinte e cinco de dezembro o filme que encantou a milhões de pessoas pelo mundo afora e, encerrada sua carreira comercial, vinha fazendo um bico nas madrugadas dos dias 25. Por que motivo cancelaram sua apresentação? Não se respeita mais o Natal? O que pensam estes senhores? Como educaremos as próximas gerações?
Ainda por cima ficam brincando com a gente e apresentam durante a semana, O Noviço Rebelde. Como poderia o trapalhão substituir nossa noviça legítima, seus filhos emprestados e a rebeldia do Barão Von Trap? Isto não é justo. A gente passa duas décadas para se acostumar, cria uma rotina e, em menos de dois anos, tudo se acaba.
Agora só falta não apresentarem o ET no Ano Novo nem o Ben Hur na Páscoa.
