Segunda-feira, início de semana e de mais um desafio. Desperto minha ousadia, que ainda boceja incrédula diante da proposta profissional por mim aceita. Tomo um café rápido, para não dar tempo aos meus medos de convencerem-me do contrário. Saio e pelo retrovisor do carro, vejo meus pensamentos a me indagarem sobre esta inquietude que sempre me lança em novos caminhos. Trilho com prazer desmedido o horizonte desconhecido e o coração em êxtase me acaricia pelo que me permito sentir e vivenciar...
Chego ao meu destino, meu porto...seguro, nem tanto! Ainda assim, ancoro destemida...o cenário é de vento forte e um temporal de interrogações parece tatuado nos lábios que me recebem. Devem indagar-se sobre meus métodos de navegação...fito-os, lemes recolhidos, como a estudarem cautelosamente em que tipo de mar irão velejar.
Tenho conhecimento de que há muito por fazer e meus olhos inquietos procuram o fio, onde começa o novelo. Muitos nós a serem desatados, muitos laços a serem feitos...fico a imaginar por quantas mãos este novelo já não passou! Quantas histórias devem guardam cada pedacinho do fio...sorrisos, lágrimas, inseguranças, recuos, avanços, definições e tantas outras emoções a comporem essa imensa teia.
Naquela sala, rostos continuam a me olhar...devem se perguntar o que minhas mãos farão com aquele novelo. Sorrio, um riso cúmplice, como a dizer para eles, que teceremos juntos novos fios. Sim, hoje começamos a escrever uma novo enredo...
A vida emite sinais todos os dias e ficarmos indiferentes a estes chamados,nos mantém estagnados. Não somos seres inanimados ou objetos...somos seres mutáveis e a transformação é processo natural, quando decidimos fazer nosso destino.