800080;">ALMA EM FLOR
800080;">Alberto de Oliveira (1857 – 1937)
800080;">Vem! Se ao meu peito alguém colasse o ouvido,
800080;">isto ouviria então como uma prece
800080;">já sussurrando: - sonho meu querido,
800080;">vem! Abre as alas! Mostra-te, aparece!
800080;">Queima-me a fronte, a vista se amortece,
800080;">aflui-me o sangue ao cérebro incendido.
800080;">Oh! Vem! Não tardes, que me desfalece
800080;">o coração gemido por gemido.
800080;">Vem, que eu não posso mais. Olha, o que vejo
800080;">em derredor de mim, é tudo afeto,
800080;">amor, núpcias, carícia, enlace, beijo...
800080;">Paira por tudo uma volúpia infinda
800080;">une-se flor a flor, inseto a inseto...
800080;">E eu até quando hei de esperar ainda?
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