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Cartas-->QUERIDO PADRINHO -- 06/01/2004 - 05:37 (OLYMPIA SALETE RODRIGUES - 2 (visite a página ROSAPIA)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUERIDO PADRINHO

Querido Padrinho e Amigo fiel.

Estou aqui, logo cedo, para lhe contar que esta noite foi a melhor desde que a minha vida virou um turbilhão do qual você participa com carinho e paciência, amigo fiel que é. Amanheci bem, já sorri diversas vezes, tomei o cafezinho com bolachas que teve sabor diferente, como há um bom tempo não acontecia. E fiquei pensativa perguntando o porquê dessa alegria hoje, se há muito têm sido negras minhas manhãs e perturbadas minhas noites. E a lembrança do dia de ontem me trouxe a explicação.

Ontem amanheci como tem sempre acontecido. A manhã foi pesada. Logo após o almoço um e-mail de nossa amiga comum: aconteceram fatos inesperados e dolorosos em sua vida, ela ainda estava desnorteada e muito triste. Percebi a gravidade dos acontecimentos e imediatamente acionei você. Você entrou em contato assim que leu minha comunicação, aflito, querendo saber detalhes e, principalmente, querendo ajudar fosse no que fosse. Depois entrou em contato com ela, deu-lhe o conforto de sua presença e de sua vontade de ajudar. Aliás, ajudar em você é uma necessidade, uma forma de amar que poucos cultivam.

Ah, esse seu jeito forte de ser bom! Quanto sei dele em você, que sempre me acode e que tanto se preocupa comigo. Quanto sei de sua capacidade de parar a vida ocupada para atender alguém que sofre e garantir sua disposição e presença. Isso é tão sincero em você que não faço a menor cerimônia quando preciso ou quando sei que alguém querido precisa.

E ontem acabamos por ter um dia inesperadamente atípico: e-mails a perder de conta, muitos telefonemas, a aflição de nossa amiga nos fazendo sofrer junto com ela. E foi assim que a noite nos encontrou: aceitando a vida como é e ainda procurando os meios de minorar sua dor.

Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com a paz que tomou conta, hoje, de meu coração... Tem tudo a ver, meu querido, tudo.

Certa vez refletimos sobre a solidariedade e concluímos que ela é uma postura de vida. Ou seja, ela é uma decisão tomada com consciência. Alguns a cultivam, outros não, pois é decisão pessoal e voluntária. Muitos a confundem com atos heróicos em momentos catastróficos. Mas sabemos que não é apenas isso. Sabemos nós dois que somos solidários por opção, sempre, numa disposição que só o amor entende e cria em nossa alma. Os solidários o são em tempo integral, muitas vezes nem esperam ser convocados, participam espontaneamente até junto a pessoas desconhecidas, e estão sempre atentos aos amigos que aprenderam a amar de forma especial. A solidariedade é mais que uma crença, mais que um gesto isolado, pois seus efeitos se espalham e contaminam até os indiferentes. É uma nobreza sem título e sem alarde que nada precisa de volta porque já vive ela mesma do amor.

Por tudo isso estamos em paz, eu e você. A dor de nossa amiga nos trouxe paz porque soubemos dela participar ativa, sincera e desinteressadamente. Ela melhorou, até mesmo já viu algumas possibilidades de chegar a soluções, agora doendo menos, sentindo nosso apoio, além de outros em seu meio, e se sentindo verdadeiramente querida.

E eu quis falar aqui com você para que se reforce em nós essa opção pelo outro, capaz de operar os milagres por intermédio de nossos corações que, felizmente, pulsam de amar. Agradeçamos o momento em que nos conhecemos e nos demos a mão amiga um ao outro, numa cumplicidade altruísta que nos une cada vez mais. Ainda teremos muito que fazer, juntos ou separados, por nós mesmos, por amigos, por estranhos. Importa mesmo é estarmos alertas, disponíveis e agir. Isso vale a nossa vida. Isso é o milagre de que somos capazes, anônimos que somos entre milhares de almas solidárias.

Meu beijo comovido a você. Paz para nós três: você, ela e eu... Merecemos!

Sua orgulhosa afilhada,

Sal

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