Disseram na Borborema,
terra do tal Zé Limeira,
que foi grande cantador
e não dizia besteira,
sendo até muito aplaudido
quando cantava na feira.
Toda sua absurdidade,
dizem que era gozação,
como palhaço que risse
da cara da multidão
e sentisse, intimamente,
a sua satisfação.
Porém, como a um Shakespeare,
há de Limeira quem diga
que ele nunca existiu
e jamais meteu-se em briga
nunca, sequer de palavras:
- tudo não passa de intriga!
Mas, teve outro repentista
bem notável, com certeza,
pelo seu oportunismo
em responder com firmeza,
fosse a qualquer desaforo,
sem demonstrar tibieza.
Assim foi, que, num repente,
o opositor o agrediu
e ele sem o mandar
para a puta que o pariu,
improvisou a setilha
que o torcedor aplaudiu:
"Sabe o que penso, de fato,
seu cabra que desembesta:
- não tenho medo de angu!
Se sou poleiro de pato,
sou baba de urubu,
sou cachorro da mulesta,
mas, sou melhor do que tu!" |