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Contos-->Um certo ônibus estacionado -- 05/05/2001 - 00:17 (Ana Mendonça) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O calor daquele dia era imenso, o vento pediu descanso ao tempo e não brincou com as folhas das árvores que, quietas, aumentavam o desespero da pobre moça ante a janela escancarada.
A noite chegava de mansinho e trazia em seu manto brilhantes estrelas enfeitando o céu, o mesmo céu onde se encontrava sua grande paixão, mas onde?
A angústia apertava seu peito e sem saber o que fazer para aliviar a tensão inesgotável, resolveu tomar mais um banho para poder tirar de seu corpo o sabor da amargura que experimentava.
A água fresca suavizou a sensação estranha e ela teve vontade de arrumar-se como se fosse para um encontro.
Vestiu-se de preto, era um vestido que colava ao ser corpo, mostrando as formas sensuais, perfeitas que a natureza lhe havia proporcionado.
Decote farto fazia visível parte dos seios exuberantes à espera de serem tocados, acariciados.
Ela caminhou para o bar pegando uma dose de vodka, colocou algumas rodelas de limão e pedrinhas de gelo e as girava em seu copo com a ponta do dedo sem nada pensar. Neste instante a campainha soou e inexplicavelmente sentiu seu corpo estremecer. Caminhou rumo à porta e abrindo-a teve a mais feliz das surpresas. Era ele, era o belo moço do ônibus, era sua grande paixão.

Sentiu o mundo girar, suas pernas bambearam, seu coração atropelou a voz que não conseguiu sair de sua boa, a única coisa que conseguiu fazer foi sorrir e atirar-se nos braços daquele homem que estava recostado no batente da porta olhando-a com olhos esfomeados.
Beijaram-se com volúpia, esqueceram-se do calor daquele dia aborrecido... Resolveram, numa cumplicidade silenciosa, que o tempo não teria tempo, que viveriam ali toda a paixão embutida em suas mentes, em seus corações, em seus corpos ardentes de desejos agora incontidos.

Depois deste beijo arrebatador, ela percebeu um certo jogo da parte dele e isso a excitou ainda mais. Fingindo-se tímido, pensando que ela nada percebia, arriscou um leve beijinho em sua orelha esquerda, mas a sábia natureza foi contra o rapaz e ofereceu prova irrefutável à moça que ficou ofegante ao sentir a virilidade latejante daquele corpo encostado ao seu.

Pegou-o pela mão e o convidou a entrar, preparou alguns petiscos e entre uma dose e outra de uma bebida qualquer o arrastou para conhecer sua moradia. Ele não prestava atenção em nada, a não ser na mulher que estava a sua frente, nas formas sensuais, no perfume exalado, na docilidade das palavras agora emitidas pela sua apetitosa boca. Chegaram até o quarto, aí foi a vez dele pega-la pela mão e conduzi-la à janela pedindo que olhasse para baixo, foi quando ela viu o ônibus estacionado... Sem dizer palavra, em um gesto planejado e, pensado não percebido, deixou que a alça de seu vestido escorregasse pelo ombro deixando a mostra um de seus seios. Como ele ficou inerte, ela tomou a iniciativa, deu um gole em sua bebida e ofereceu a ele sua boca como copo. Beijos molhados, afoitos, sussurros incompreensíveis , as mãos do moço, cheias de malícias e desejo até então contido trataram de fazer a outra alça do vestido dela abaixar, este escorregou pelo corpo caindo ao chão, e, em movimentos precisos, ambos se tocaram com igual sofreguidão...
A camisa dele foi arrancada sem que ele próprio percebesse, tão envolvido estava naquele clima de excitação. Amaram-se feito loucos, saciaram seus desejos nas mais variadas formas, para eles tudo era válido, ninguém os vigiava, ninguém os censurava...

A noite tornou-se dia e os amantes continuavam em carícias estonteantes, em descobertas mirabolantes...

O sol fazia-se anunciar com tímidos raios que entravam pela janela embelezando a cena de total entrega. Com um sorriso nos lábios, ela o convidou a mais um banho e sorrateiramente, feito gata manhosa, levantou-se da cama e caminhou até o banheiro... Como a presença dele em tal compartimento fazia-se demorada, ela voltou ao quarto e para seu espanto, ele, não mais se encontrava no local... Correu até a janela, o ônibus já não se encontrava estacionado, havia partido e partido também ficou seu coração. Jogou-se na cama onde passou as horas mais incríveis de sua vida, foi então que percebeu uma rosa vermelha juntamente com um bilhete, na mesinha de cabeceira:

“Minha linda, jamais esquecerei esta noite,
tudo foi perfeito e para não estragar esse momento,
parto sem dizer adeus... Beijos.”

A rosa ele havia tirado de um vaso que embelezava um canto qualquer da casa, somente agora ela pode ver a beleza da flor, somente agora pode sentir os espinhos...

Não sabia onde encontrar o tal moço tão pouco sabia seu nome, nem ele o dela. Somente sabia que estava apaixonada, que o queria, mas onde encontra-lo?

A moça continua na rua da espera, à espera de mais um encontro surpreendente, no edifício do desejo guarda os seus, na espera de novamente poder sacia-los junto ao moço misterioso que consegue desvendar os misteriosos caminhos para faze-la chegar ao êxtase da vida.

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