Chego em casa e, ao livrar-me das botinas,
reflito em desta vida o que não quero ...
Perder não quero o gosto das cantinas,
onde se come e bebe o vinho vero ...
Não me roubem o cheiro das latrinas,
fazem parte do mundo, como espero
não privar-me do cheiro das meninas,
das sérias ou nem tanto, que venero ...
Corra o tempo, mas fique em mim a verve
do jovem dado a praticar sandices,
pois qualquer outra coisa não me serve ...
Deixem-me ser um simples marginal
da vida carregada de idiotices,
pois, se não for assim, ser-me-á fatal ...
A Amir Massud
08/2002 |