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cronicas-->O BELO -- 05/10/2006 - 22:48 (JOSÉ EURÍPEDES DE OLIVEIRA RAMOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O BELO

José Eurípedes de Oliveira Ramos


Platão dizia que "o Belo é o esplendor da Verdade", definição que Boileau repetiu no conhecido verso: "rien n´est beau que le vrai..." (nada é mais belo do que a verdade - em tradução livre). A falha está na tentativa de definir um valor subjetivo por outro também subjetivo, o que comprova a imensa dificuldade em determinar aspectos da cultura, especialmente no campo da Estética. Em suas "Conferências Literárias", Olavo Bilac afirmou estar "...convencido da completa e absoluta inutilidade de todas as dissertações e de todas as discussões sobre Estética." E acrescentou que "...os julgamentos estéticos valem a inteligência, a instrução e a educação de quem os emite", arrematando que "...as definições são mais numerosas do que as estrelas do céu". De fato, "o Belo" e "a Verdade", com "B" e "V" maiúsculos, absolutos, estão fora do nosso alcance, sendo indefiníveis, portanto.

Todavia, é dispensável filosofar, quando se pretende apreciar o "belo" (com "b" minúsculo), aquele que dizemos "beleza" e que está mais próximo da compreensão e apreensão; aquele que é apelo irresistível à inteligência e aos sentidos... que deslumbra o olhar, agrada o ouvir, desperta sentimentos e emoções que transitam da beatitude à admiração: pela graça das formas, pela diversidade ou originalidade das cores, pela pureza e harmonia dos sons, pelo sabor requintado, pelo odor que embriaga, pelos momentos de elevação estética, pelo sopro suave que bafeja a alma e os sentidos; pela lembrança saudosa do estado de felicidade que deixou... Esse belo que todos conhecemos e sobre ele páginas e páginas do mais fino lavor foram escritas pelos mais inspirados escritores, e músicas que alcançaram a sublimidade foram compostas pelos gênios que a humanidade conheceu.

Infelizmente, o avesso é maior e onipresente. E o contrário do belo é o feio, a feiúra, cuja principal característica é a mediocridade. Essa mediocridade imensa que desce à sarjeta do popularesco grotesco e se apropria da cultura -e que não é somente fruto da ignorància, mas do cinismo, do interesse mais rasteiro e destruidor-; essa mediocridade doente que tudo contamina e que prospera facilmente porque não se educou o povo, permitindo-lhe a formação de juízo crítico diante da banalidade cultural impingida a todos. Essa mediocridade própria da ignorància arrogante que desdenha do estudo, da cultura, da simples leitura e apregoa a própria deseducação como algo maravilhoso, porque "dá até pra ser Presidente".

José Eurípedes de Oliveira Ramos
Da Academia Francana de Letras

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