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Discursos-->Amazônia, a próxima cobiça? -- 20/03/2003 - 08:41 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Amazônia Ainda É Nossa
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Jornalistas têm alertando a opinião pública acerca do interesse de países estrangeiros em abocanhar nosso patrimônio natural, a Amazônia. No entanto, tudo indica que estes jornalistas pregam no deserto, tal o silêncio de nossas autoridades, a respeito.

A Amazônia vem sendo maltratada e descuidada há anos, sem que haja preocupação com a preservação ambiental. Queimadas, garimpagem, contrabandos e outros atos predatórios, reforçam e justificam, de certa forma, aquelas intenções estrangeiras.

E o governo, ao invés de apurar denúncias, punindo eventuais culpados por desvios de verbas preferiu, sempre, como tem sido comum nestes casos, a extinção do Órgão, pura e simples, como foi o caso da SUDAM,superintendência criada, justamente, para coordenar e controlar as ações e os recursos destinados ao desenvolvimento daquela Região.

Aliás, não tenho visto qualquer preocupação ou ação governamental mais contundente em relação às investidas estrangeiras que se fazem contra o nosso território, e às nossas riquezas, notadamente na Região Amazônica, a maior, a mais rica em biodiversidade, a mais bela do planeta e que, ainda, continua desprotegida.

Nesta hora em que as grandes nações, capitaneadas pelos EUA, desenvolvem buscas incontidas para obter a plena e total auto-suficiência em todas as possíveis fontes geradoras de energia, além da perseguição obsessiva à hegemonia e o controle absoluto das decisões de ordem política, econômico-financeira e militar, nosso país parece que já se aposentou, e não tem nada a fazer, a não ser pagar sua dívidas. E, nas horas vagas, sentar-se à praça, com os amigos, para jogar damas ou baralho, esperando sempre pelas eleições, como forma de perpetuação do poder, em benefício próprio.

Enquanto isso, a América do Sul pega fogo. Dá sinais de que forças estrangeiras ensaiam o bote fatal, na execução de um cuidadoso plano de inserção, cada vez maior, no nosso continente. Continente, tudo indica, que tem sido tratado como quintal das grandes nações. E que, para piorar, atualmente, como raríssimas exceções, como é o caso dos aviões da EMBRAER, tem-se mostrado, apenas, como fornecedor de matéria prima. A preços subestimados. E tendo que enfrentar os subsídios imorais que os países concedem aos seus produtores de insumos e alimentos.

E para completar mo quadro, parece que a grande nação americana, por conta de seu novo e impulsivo governante, retoma a política de caça às bruxas, objetivando, naturalmente, consolidar a política de hegemonia total. Recria=-se o novo império. O mundo que se exploda!

E o nosso governo, como de resto, todos os governos da América do Sul, não se entendem politicamente e nem economicamente. O Mercosul caminhava a passos de tartaruga e, agora, parece que resolveu dar um tempo. A Europa já acordou. E já deu um passo político importante, com a adoção da moeda única, para fazer frente ao dólar.

E nós, com tantas riquezas, com toda a biodiversidade que nos foi legada, com todos os climas do planeta â nossa disposição, com imensas áreas de plantio, com tanta gente desempregada e querendo trabalhar, ainda não conseguimos demonstrar resultados significativos em relação ao aproveitamento racional da Amazônia, de nossas plantas medicinais, de nossos metais preciosos, de nossos rios e mares, de nossa pesca, e, como de reto, no Brasil inteiro, de nossos produtos principais, como o álcool, a cachaça, o samba, o futebol, a música, e a nossa cultura e nosso folclore, enfim.

A nossa indústria do turismo carece, há tempos, de políticas mais sérias com vistas à geração de empregos, melhoria da imagem no exterior, com o conseqüente ingresso de recursos produtivos. E tantas outras ações, inclusive no campo da pesquisa científica. A preocupação é, e tem sido, sempre, com as eleições.

Assim que saem os resultados, e tão logo assumem os cargos, recomeçam as estratégias e as ações com vistas às próximas eleições. Aqui acolá uma esmola para o povo. Como foi o recente aumento do salário mínimo.

A economia?

Bem, vista do lado de cá, do lado do povão, onde as bombas são jogadas, a economia não anda boa das pernas. Déficit nas contas externas da ordem de U$22 bilhões (dados de 2002); incapacidade de levantar as exportações; uma das maiores cargas tributárias do planeta, em torno de 35% , o que impede as empresas de crescerem e fazerem seus investimentos produtivos; máquina administrativa desmantelada e desmotivada; déficit previdenciário sem perspectivas de solução a curto e médio prazo; juros altíssimos; e um endividamento interno e externo que não se sabe quando, ou mesmo se terminará um dia. Mas como o Brasil, segundo o governo, é um país do futuro, o olhar de quem está no poder é um pouco diferente do nosso. Segundo nossos governantes, a economia vai bem, obrigado.

Às nossas custas, diria eu. Pois eles decidem o que fazer e, nós, a população, ficamos com a conta. E, como não temos dinheiro para pagar, cada governo que entra se encarrega de rolar as dívidas existentes e contrair novos empréstimos. Até que um belo dia surja uma proposta para trocar a Amazônia por parte da dívida. Levando mais uns dois ou três estados para compensar os juros.

Domingos Oliveira Medeiros
20 de maio de 2002
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