Nesses dias, assim assim, não havia o que fazer, a não ser refugiar-me em mim.
Passei mão às malas e rumei para o meu canto mais precioso, onde a natureza, abundante é co-irmã da melancolia.
Cá estou, sentada em minha poltrona predileta na grande varanda que ladeia a casa grande.
Tudo em volta, faz tremendo esforço pra me alegrar. O verde até então, monótono, varia seus tons.
As borboletas multicoloridas, chegam bem perto, na intenção de aspergir suas cores.
Os pássaros de todas as formas e cantos, brincam à minha frente, no alvoroço peculiar do bater das asas.
Passam bem perto uma fila indiana de formigas, cada qual com seu peso nas costas.
Tanto o jardim implantado, quanto o que ali floresceu,por obra da natureza e ao sabor do vento, bailam
À minha frente convidando pra dançar.
As tantas florezinhas com suas cores tão naturais, dão alegria e quebram o verde absoluto.
Em meio à tudo isso, sou nada, e diante disso, vejo que nada mais interessa.
É tudo tão natural, tão intenso, tão perfeito, que os meus sentimentos tem pouca importância.
E assim bem devagar, sou impregnada por essa paz, por essa perfeição.
Sou feliz porque posso ser testemunha desse milagre.
Valentina Fraga
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