Olha que efeito belo da paisagem em torno
Que coragem incendiária há que espalhe
Um céu sangrento assim ainda morno
São efêmeras vaidades, alguma tara
Que ao menos um pouquinho console
Quem se assanhe com o nome das coisas
Quando se vêem queimando, ardendo
Na mata a forquilha e o tronco
Secando a boca, derretendo a pele
Arrepiando tudo até o rego agreste
E em labaredas, soluçadas lágrimas pedirem
Que da fenda brotem os tais suspiros
Que do fundo aflorem bem da greta
Pois outro melhor não há remédio
A banana é já só flama encapetada
Como alva bunda bolinada que resplandece
A energia desprendida pela febre tanta
É próxima cena amordaçando mil vaginas
E inflamando nas tocas as serpentes-pênis
Empalidecendo-se depois do incêndio apenas
Somos então afogueados de ter incitado
Imoderadamente os desejos do apalpar
As já não tão apartadas regiões
Reciprocamente lambendo-as
Com as línguas-mangueiras
Que pendem das bocas
Bailarinas do fogo
Inundando-nos
