Tantas vezes a gente,para não perder a oportunidade de ser espirituoso e/ou gaiato, diz coisas (e até escreve!),de que, depois,vem a se arrepender!...
Estas breves considerações, são a propósito de um moço do "interland" nordestino,que foi criado por um tio solteirão e muito rico,proprietário de casas na cidade, imóveis no campo e titular de empréstimos agrícola e pecucuário na agência local de um Banco.
Tinha pelo sobrinho verdadeira adoração e o criou como a um filho, atendendo todos (ou quase todos) seus desejos: melhores colégios e professores (inclusive com aulas particulares);até que concluiu o Ginásio (na época);escolheu o Recife para cursar o Científico, e, depois, Medicina - uma vez aprovado no vestibular -, como,naturalmente,aconteceu.
Quando já era acadêmico,foi de férias à sua cidade natal e soube do próprio tio e pai de criação,que este o havia nomeado herdeiro universal; notícia confirmada por amigos e até pelo titular do Cartório.
Alegre com a antevisão da fortuna que ia receber-sem botar força -, disse para algumas pessoas:"É! Já é tempo do velho "bater as botas" e me deixar a riqueza de que nada lhe serve!"
Sabe como é no interior! Com pouco tempo,o tio do ingrato tomou conhecimento do comentário e teve profundo desgosto!
Um certo dia,quando conversava com um amigo bancário, comentou o motivo de sua amargura e ouviu dele: "O Senhor,querendo,pode anular o testamento!" E, foi o que aconteceu!
Dizem que o leviano(ou cruel?)moço, de alegre e brincalhão, tornou-se taciturno, embora tenha concluído o Curso. Mas, com certeza, por muitos anos que tenha exercido a profissão,não terá acumulado os bens que deixou de ganhar: "Quando a cabeça não pensa, o corpo padece".
E,no encerramento da narrativa desse fato, lembramos outro ditado popular: "Em boca fechada não entra mosca"...
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