TEUS DIVINOS SEIOS.
Maria Hilda de J. Alão
Ah! Estes teus lindos seios,
Onde à noite eu me enleio,
São uma estrada florida,
Onde faço meus passeios.
Ah! Estes teus morenos seios,
Depositários de ardentes anseios,
Mesmo encarcerados em finas rendas,
Enchem-me de ilusões e de receios.
Ah! Estes teus cativos seios,
Caixinhas de tantos segredos,
São o livro sagrado que eu leio,
O fogo que me faz arder em desejos.
Ah! Estes teus morenos seios,
Minha perdição, meus devaneios,
No altar do teu corpo, adorei-os,
E com a sede de meus lábios, excitei-os.
Ah! Estes teus divinos seios,
Meu deleite, com lascívia, toquei-os,
Os túmidos botões rosados, beijei-os
E, ao gozo supremo, levei-os.
Ah! Estes teus divinos seios,
Que a vida alimenta,
E seu calor a alma acalenta,
Dois frutos de sagrada seiva cheios.
Ah! Nestes teus seios divinos,
Que são os meus encantos,
Lacrimatório que acolhe meus prantos,
Dormem, os anjos pequeninos,
Nossos dois meninos.
Ah! Estes teus seios divinos.
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