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Contos-->“Não é o que tu esta pensando” -- 08/01/2011 - 16:14 (Sérgio Olimpio da Silva Viégas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O motorista sabia muito bem o que estava acontecendo. Eu os conhecia muito bem para acreditar na história e, não na aparência. O resto do grupo também saiba. Mas, mesmo assim não deixava de ser um prato cheio para a gozação do grupo.
O mundo é cheio de coincidências, e muito pequeno, por mais escondido que e por mais longe ou mais escondidas que faças as coisas, elas podem te aparecer onde menos esperas. Quantas vezes se esta num lugar completamente estranho e entre e quando menos se espera encontra um conhecido, Como no caso de Pedro Massot e Juares Álvares, colegas de CEEE e amigos a encontrar-se em Orlando estados Unidos sem saberem da viagem de um ou outro. Assim aconteceu naquela tarde a caminho da Divinéia.
Em “Não Gave o Burro Antes de Passar o Barro eu sito dois males a perseguirem-me a vida Inteira, Uma memória privilegiada a lembrar sempre no lugar e na hora errada algo que ninguém quer lembrar ou, uma língua solta dizendo sempre o que os outros não querem ouvir ou, soltando palavras para materializarem-se, Esqueci o pior minha capacidade de estar sempre no lugar e na hora errada. O que é que eu tinha de estar naquele táxi aquela hora da tarde? Ou por qual cargas d’água eu estava tomando chimarrão na portaria do Hotel Carasinho, as seis e quarenta e cinco para ver um colega de serviço saindo do hotel com uma gata levada por ele a Porto Alegre para efetuar um aborto?
Esbraveja esse colega:
Tomei todas as providencias a evitar ela ser vista por algum conhecido. Paguei a hospedagem antecipadamente. Traze-la da estação rodoviária até o hotel.. Subida rápida ao quarto. Tudo sobre controle. Pela manhã. Saída do hotel as seis e quarenta e cinco. Nesse horário ninguém da CEEE, em hotel nenhum esta fora do quarto.. Descemos as escadas. Quem esta bem defronte a elas? Viégas. O Desgraçado não para em hotel e, não toma chimarrão, o que ele tinha de estar logo ali tomando chimarrão àquela hora e?
Os chefes de Manutenção de linhas estavam em reunião desde a manhã, quando a tarde fui participar. Eu já estava em Porto Alegre, porem, tinha reunião com o chefe do CROM Metropolitano. Assim só compareci a tarde. De entrada após os comprimentos de praxe, cheguei pelas costas de Engo Dias Garcia e disse-lhe baixinho:
“Não é o que estas pensando”
Acertei na lata e, ele apanhado de surpresa entregou-se:
“Quem te contou isso?”
Acabada a reunião fui almoçar na “Adega Espanhola”, ali na Andrade Neves, como a mais de vinte anos, sempre que posso, faço. Espero um dia, quando este restaurante readquirir seu esplendor de há quarenta anos, não mais poder ser seu cliente tão assíduo, mas, antes que as reformas na previdência, introduzidas pelo seu então Ministro, Antonio Brito, não tenham reduzido minha aposentadoria a salário mínimo, tenha ainda poder aquisitivo suficiente para uma ou duas vezes ao ano, almoçar lá.
Saio do restaurante vou até a Borges de Medeiros, para apanhar um táxi, no táxi reaflora o fato do mundo ser pequeno demais. O motorista, não me recordo do seu nome, mas sim seu apelido dos tempos de escola, da Velha Escola Técnica de Pelotas, Ankito.
Passei os últimos trinta anos encontrando, de maneira mais diversa, meus contemporâneos e colegas de escola. Alguns, nunca mais vi. Outros tive noticias, como o caso de Roberto Aikim, quando o vi na televisão como presidente da EMBRATEL. Outros encontrei, numa não tão boa, Ankito fora meu colega no ginásio e hoje o encontro de motorista de Táxi, alegre e brincalhão como nos velhos tempos.
Quando dei-lhe o endereço, abriu uma risadona:
“Hoje pela manhã, levei dois do Motel Olimpus para esse endereço. Por acaso vais para o prédio A 2?”
A principio pouca importância dei para o assunto. O CAENFE, Centro Administrativo Noé de Mello Freitas, sediava, então, dois mil e tantos funcionários, número, possivelmente pouco menor da totalidade dos empregados em todo o âmbito da CEEE. Seria coincidência demais serem meus conhecidos. Pelo decorrer dos fatos contados, a curiosidade aguçou-se. Estava muito parecido, coincidência ou não para não ser. Pedi a descrição das peças.
“Um era alto magro, quase loiro de óculos. O outro, pouco mais baixo, muito escuro. Não negro, e muito forte”
Descreveu-me ele?
Não há duvida nenhuma, são eles. Vou confirmar e arriar-me as pamas.
A reunião pela manhã fora com o Engenheiro Iracy Louzada de Abreu, a famosa “Madre Superiora”. A sua intransigência, conhecida como loucura daria um maravilhoso livro. Um dos últimos homens independentes da empresa antes desta ser invadida por capachos de políticos e, técnicos vendidos para no intuito de manterem-se no poder. Não descarto a possibilidade de num futuro sair a procurar contemporâneos seus de CEEE ou da URGS, onde foi professor, a fim de condensar as sua histórias em livro. Em qualquer lugar na sede ou, no campo onde tivesse trabalhando ele sempre chegava uma hora antes. Uma vez, em Alegrete, quando diretor telefonou as seis horas, da manhã, para a casa do Engenheiro Décio a fim de dizer-lhe ter encontrado uma arruela caída no solo. Ai de quem ousa-se chegar atrasado a uma palestra sua.
A CEEE, teve dois engenheiros de alto coturno e respeito no setor Elétrico, com apelidos femininos. A Dama de Ferro e a Madre Superiora. Este último, a antipatia do meu antigo chefe Hertz Reyes, assim conhecido por ter colocado uma turma de formandos da URGS, em sua viajem de formatura, num regime de internato de freiras. Saída do Hotel as sete e meia, para verem linhas em construção retorno ao hotel dezoito horas, janta dezenove e trinta, vinte e trinta reunião no salão de convenções, para discussão do visto no campo durante o dia.
Os dois solteiros perderam-se na noite porto-alegrense, gruta azul e outros tantos pontos de perdição. Terminando no Olimpus. Noite mal dormida. Pagar caro para só dormir seria “Programa de Índio”. A cochiladinha da manhã estendeu-se e quando acordaram não só viram estarem queimados como lembraram com quem iniciava a reunião e ainda tinham de levar as mulheres em casa. Para resolver o problema, despacharam as mulheres por um táxi e apanharam outro, o do Ankito, mal sentaram o traseiro no banco e acordaram-se do comprometimento de suas reputações apelando ao mesmo tempo:
“Não é nada do que estas pensando”
Recebendo a resposta
“Eu não estou aqui para pensar nada, estou sim para ganhar meu dinheiro. Endereço, por favor.”
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