Do finado do Leôncio, morto pela Madalena
rezarei certos responsos pra encontrar a pedra e a pena.
A tal pedra ele atirava na janela da Loló,
que da cama então saltava pra deitar com ele só.
Com a pena ele roçava os peitinhos da Iraci,
ela ali se arrepiava feito um safo bem-te vi.
Se me indagam por que quero os pertences do Leôncio,
na resposta me esmero e convenço reis e sonsos:
tão-somente quero a pedra pra um bilhete arremessar
bem no centro da esfera do portão do Valdemar,
pois assim late o cachorro que irá logo acordar
a santinha lá do morro com posso até casar.
Tão -somente quero a pena, grande, média ou pequena,
pra que eu possa enfeitar os cabelos da morena
com quem eu vou me enroscar.
Com a pena nas melenas, sorridente e serena
vai-me a moça se entregar.
Sei que isto não convence...
Então cá vou revelar: Do finado Valdemar
quero logo os pertences pra que eu possa me lembrar
que, no cio, linda a morena e fogosa Madalena
também pode me matar.